Sindicato unido e forte
desde 1989


    Em defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores e por uma sociedade justa
    Autor: Maria Aparecida de Deus Ribeiro Alves, Cidinha
    09/11/2021

    A desigualdade de gênero impõe a diversas pessoas, principalmente às mulheres, uma situação de vulnerabilidade em relação aos homens e à sociedade, que ainda é extremamente machista. Essa desigualdade tem impacto financeiro e social, pois elas têm menos oportunidade para estudar, para entrar no mercado de trabalho e, muitas vezes, quando conseguem um emprego, correm o risco de ganhar 70% menos que um homem que exerce exatamente a mesma função.

     

    Esse problema é muito amplo e precisamos bater na tecla várias e várias vezes, com o objetivo de expor e conscientizar a sociedade para combater a desigualdade de gênero.

     

    Com foco em reduzir ao menos um pouco dos milhares de problemas impostos às pessoas que vivem em extrema pobreza, a Secretaria da Mulher Trabalhadora do SindSaúde-SP, com apoio das diretoras regionais da Leste I e II, Adriana Arduíno e Valéria Fernandes, respectivamente, irá realizar, na próxima sexta-feira (12), uma ação social para coletar absorventes e outros produtos de higiene pessoal e de beleza (como sabonetes, pastas de dentes, escovas, xampu, condicionador), que serão destinados às mulheres em situação de vulnerabilidade social.

     

    Essa ação vai na contramão do descaso do governo federal, que vetou os artigos 1º e 3º do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, o qual previa a distribuição gratuita de absorventes para aquelas mulheres.

     

    O programa teve origem na Câmara dos Deputados e recebeu aprovação do Senado, em 14 de setembro. Mas, para entrar em vigor, dependia da sanção presidencial, mas acabou vetado pelo presidente Jair Bolsonaro, contrariando a Recomendação nº 21, de 11 de dezembro de 2020, do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).

     

    A recomendação foi destinada ao presidente da República, ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, solicitando a criação de um marco legal para superar a pobreza menstrual e a garantia de isenções de impostos de produtos, mas nada disso foi feito.

     

    Talvez muitas pessoas não saibam, mas comprar absorventes - um item de higiene pessoal que pode parecer simples - é algo inacessível para muitas pessoas. Por essa razão, iniciativas do poder público são fundamentais nesses casos.

     

    Outro ponto a se destacar é que esse item não atende apenas às meninas e às mulheres, mas pessoas não binárias (que não se identificam com nenhum gênero), homens trans, entre outras pessoas que também estão à margem da sociedade.

     

    Cioso de seu papel social, o SindSaúde-SP, enquanto representante das trabalhadoras e trabalhadores da saúde pública do estado, acredita ser relevante agir para ajudar a minorar esse problema.

     

    O SindSaúde-SP entende que, além de lutar pela defesa desses profissionais, também deve lutar para combater a desigualdade social, a violência de gênero e todas as formas de exclusão.

     

    *Maria Aparecida de Deus é secretária da Mulher Trabalhadora do SindSaúde-SP