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    Por que é importante falarmos de Covid-19
    Autor: Editorial SindSaúde-SP
    21/01/2022

    Tratar da saúde dos profissionais de saúde também é tema de interesse do SindSaúde-SP e sobre o qual a entidade precisa falar por entender que dar nomes às coisas é o primeiro passo para solucioná-las. A luta do Sindicato não se resume apenas a ações, processos, direitos, sexta-parte, quinquênios. Tudo isso é, sim, muito importante e está no radar da direção da entidade. Mas falar da saúde do trabalhador da saúde, quando este está à frente da mais grave crise sanitária em cem anos, é talvez o tema mais importante agora, pois a vida e bem-estar desses profissionais há anos maltratados pelos sucessivos governos interessa demais à direção do SindSaúde-SP.

     

    O papel do Sindicato vai além da questão jurídica. Por meio de seus dirigentes e delegados sindicais de base (DSB’s), todos os dias nos chegam demandas de toda sorte, como falta de equipamentos de proteção individual (EPI’s), insumos, estruturas precárias, assédios de chefia. Ou seja, o universo do trabalhador é vasto e tudo o que envolve o seu bem-estar e valorização - incluindo direitos, benefícios, salário digno e ambiente de trabalho sadio – faz parte do escopo de nossa luta.

     

    A pandemia atingiu a todos como um tsunami e, neste começo de 2022, a situação voltou a piorar. Muitos profissionais de saúde estão adoecendo e se afastando do trabalho, seja em consequência da epidemia de gripe ou de Covid-19. Os que ficam têm que trabalhar dobrado e sob o domínio do medo de eles mesmos serem contaminados e levarem os vírus para suas famílias.

     

    Além disso, muitos dos doentes estão sendo assediados por chefias para que voltem ao trabalho, ainda que estejam apresentando sintomas.

     

    A variante ômicron, que se espalha mais rapidamente que todas as demais, está fazendo estragos e prolongando os sinais vitais da pandemia. Por isso, falar desse tema é, entendemos, o mais urgente de todos atualmente.

     

    Conforme já divulgado em nosso site e redes sociais, levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, mostram que, do início da pandemia até 3 de janeiro de 2022, 123,087 profissionais de saúde, com técnicos e auxiliares de enfermagem (36,4%) e enfermeiros (15,4%) à frente, tiveram diagnóstico positivo para Covid-19 no Brasil.

     

    Houve 1.123 mortes de profissionais de saúde em todo o país por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 294 deles no estado de São Paulo. Ou seja, são vidas perdidas importantes e não apenas números.

     

    Especialistas já dizem que a ômicron não deve ajudar os países a atingirem a tal imunidade de rebanho, quando um número determinado de pessoas se torna imune à doença e ela não representa mais riscos às populações. Os mesmos especialistas também dizem que não existe imunidade de rebanho sem vacinação em massa e, tendo isso em conta, a direção viu com esperança o início da imunização de crianças, apesar de todas as tentativas do governo federal de tentar boicotá-la.

     

    Isso posto, até que possamos comemorar o fim da pandemia, haverá um longo caminho a ser percorrido. Até lá, nossa orientação é de que os profissionais de saúde continuem ouvindo o que dizem os cientistas, valorizando a vacinação, o uso de máscara, evitando aglomerações e preferindo os ambientes ventilados.

     

    Por considerarmos esse momento da humanidade crucial, a Covid-19 continuará sendo tema de nossas pautas devido à sua extrema importância.