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    HC de Ribeirão Preto não ouve o SindSaúde-SP e coloca em risco todos os seus trabalhadores(as)
    Autor: Redação - SindSaúde-SP
    21/03/2020

    Crédito Imagem: internet

    Fomos surpreendidos na sexta-feira, dia 20/03, por uma decisão da Direção do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto que parece unir o que tem de mais atrasado e desumano na sociedade.

    Pela manhã deste dia soubemos que um trabalhador da Central de Distribuição desenvolveu sintomas da infecção por Coronavírus. Este setor tem 40 servidores públicos que circulam por todo hospital, eles levam e trazem exames e são também responsáveis pelo transporte de pacientes dentro da unidade.

    Diante da orientação do Ministério da Saúde de desmarcar todas as consultas e cirurgias eletivas e não essenciais, o ritimo de trabalho no HC diminuiu muito e as pessoas desse setor tem ficado paradas, sem tarefas, dentro de uma sala pequena de 3 metros quadrados e sem ventilação.

    Com o afastamento do trabalhador que está sob suspeita, o nervosismo e a ansiedade contaminaram todos no Hospital. O SindSaúde-SP procurou a direção do HC Ribeirão Preto, propôs medidas que reduziriam a aglomeração de pessoas na unidade, visando diminuir a possibilidade de contaminação de outros servidores.

    No entanto, a resposta foi a negação de todas as medidas propostas, o encerramento de qualquer diálogo e a manutenção de todos em seus postos de trabalho. Nos disseram algo como: “Não podemos deixar as pessoas recebendo sem trabalhar”.

    O HC Ribeirão Preto tem mais de 5 mil funcionários ligados ao governo do Estado de São Paulo, estimamos que mais de 2 mil estão dentro dos grupos de risco pois tem mais de 60 anos e/ou doenças crônicas.

    Todos no Hospital estão muito assustados e angustiados, alguns começaram a pedir demissão e outros se negaram a ir trabalhar. Mas o HC mais de 100 leitos que estão vazios e reservados para o tratamento de pacientes contaminados por Covid-19. E daí fica a pergunta, quem vai atender estes pacientes quando a pandemia chegar à cidade e região?

    E mais, vamos permitir que o próprio hospital se torne um vetor de transmissão? Estes trabalhadores que a Direção se negou a liberar para teletrabalho ou redução de jornada, ficarão dentro do Hospital sem as devidas condições determinadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde.

    É possível que haja mais pessoas contaminadas que tiveram contato com o trabalhador que foi afastado e que ninguém saiba, pois os sintomas levam até 15 dias para se manifestar. Isso significa que, por irresponsabilidade da Direção do Hospital, estas pessoas estão contaminando outras dentro da unidade, nas suas casas e na cidade.

    O governo do Estado de São Paulo também é responsável por esta situação, pois não deliberou que pessoas com mais de 60 anos e/ou com doenças crônicas sejam colocados em teletrabalho. Expondo uma parcela da população que está sob risco.

    HC de Ribeirão Preto não ouve o SindSaúde e coloca em risco todos os seus tranalhadores(as)

    No dia 17 de março a Secretaria de Saúde publicou a Deliberação 1, a qual estabelece que as Autarquias e Fundações devam elaborar planos de contingência, estabeleça quem ficará em regime de teletrabalho, férias e licença prêmio. Até agora a Direção do HC Ribeirão Preto não elaborou tão pouco implementou tal medida, e ao contrário, se negou a negociar sua implementação com o Sindicato.

    Edson Fidelino, Diretor Regional do SindSaúde-SP afirma que “há grande risco de quem deveria cuidar da população da cidade vai na verdade colocar todos em risco e agravar a pandêmia, por pura negligência dos gestores”.

    O Sindicato manifesta solidariedade com todos os servidores públicos da Saúde, lembramos que todos nós somos responsáveis por decisões que podem aprofundar ou diminuir a crise. Vamos organizar estes trabalhadores de forma a fazer o que o Estado se nega.

    A vida de todos nós deve estar acima de questões financeiras, e o HC Ribeirão Preto deve estar preparado para o pior momento desta crise, e para isso esperamos que a solidariedade e razão iluminem os gestores da saúde pública da unidade e do Estado, para que tomem as decisões necessárias para a preservação da saúde da população e de quem cuida da população.

    Mas se isso não acontecer, nós estaremos lá para lutar pelos direitos dos trabalhadores do SUS.









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