A pandemia de Covid-19 piorou ainda mais a vida de 45,6% dos brasileiros, principalmente por ter agravado o desemprego e o poder de compra. É o que mostra pesquisa Datafolha, divulgada ontem (16). As entrevistas foram realizadas nos dias 6 e 7 de julho.

Para 41,7% dos entrevistados, a crise sanitária, a maior do século, trouxe piora para as finanças, enquanto 12,6% disseram ter sentido alguma melhora na condição de vida.

Além disso, a pandemia ampliou a desigualdade salarial. Entre os mais pobres, com renda familiar de até dois salários-mínimos (R$ 2.200,00), 54% afirmaram que a situação financeira ficou pior. A percepção é a mesma para 37% dos entrevistados que ganham de dois a cinco salários-mínimos.

Já entre os que recebem de cinco a dez mínimos, o porcentual de insatisfeitos cai para 25%, e para os que ganham mais de dez salários-mínimos, o índice de descontentes é de 22%.

Enquanto isso, as famílias mais ricas não notaram tanta diferença. Para 59% delas, a situação ficou igual estava antes da pandemia e, para 19%, houve até melhora.

Diferença de cor

A percepção de piora também se distingue conforme a cor de pele. Brasileiros autodeclarados com cor amarela são os que mais notaram piora (56%), seguidos daqueles de cor preta (51%), parda (46%) e branca (42%).

Conforme edição recente do boletim “Desigualdades nas Metrópoles”, o coronavírus empurrou mais de 4,3 milhões de moradores das regiões metropolitanas para a faixa de renda do trabalho classificada muito baixa, que é de um quarto do salário-mínimo por pessoa.

Com informações da Folha de S.Paulo.