Investimento em saúde cai 23% na gestão Doria. População cobra mudanças
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    Investimento em saúde cai 23% na gestão Doria. População cobra mudanças
    Autor: Redação - SindSaúde-SP
    14/09/2021

    Crédito Imagem: Governo do Estado de São Paulo

    A média de investimentos na área de saúde caiu 23% desde que o governador João Doria Jr. assumiu a gestão do estado de São Paulo. Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, publicada ontem (13), entre 2011 e 2018, durante as gestões de Geraldo Alckmin e Márcio França, a média anual de investimentos feitos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) foi de R$ 1,054 bilhão, em valores corrigidos. Já nos dois primeiros anos do governo Doria, essa média caiu para R$ 811 milhões.

     

    É importante destacar que é considerado como investimento os gastos com obras, compras de equipamentos e melhorias que não incluem despesas fixas (como os salários das trabalhadoras e trabalhadores da saúde, aposentados e desembolsos com custeio em geral). Ou seja: o elevador que vive quebrado na unidade em que você atua; a máquina de raio X, que está obsoleta há vários anos; a falta de manutenção predial; entre outras demandas, as quais, infelizmente, se tornaram comum na vida de quem trabalha na saúde estadual, são consequência da falta de investimentos.

     

    O orçamento da saúde de 2021 é de R$ 1,175 bilhão, mas faltando pouco mais de três meses para o ano acabar, o governo usou apenas 31% desse valor. E mesmo que todo o orçamento fosse utilizado, ainda assim, a média de investimentos continuaria abaixo dos anos anteriores.

     

    Outro lado

    O governo rebate a hipótese de falta de investimentos argumentando que - apesar de receber o carimbo de investimento - houve aumento de gastos com a contratação de organizações sociais (OS’s), com aluguel de equipamentos e leitos para o atendimento aos pacientes vítimas de Covid-19 (clique aqui e leia a reportagem completa).  

     

    Contudo, os recursos gastos com OS’s e com equipamentos que serão devolvidos não resolvem o problema da saúde pública a longo prazo e podem deixar um gargalo ainda maior no pós-pandemia, quando haverá aumento do atendimento secundário e terciário devido à demanda que ficou represada e pelo tratamento dos sequelados pela Covid-19.

     

    "São Paulo tem tendência de aumentar despesa para entidades privadas, como organizações sociais, e isso vem substituindo ano a ano a contração de servidores, e reflete também no indicador de investimentos. É um movimento preocupante, porque organizações sociais são um modelo que avançou muito, mas com uma série de problemas", disse o economista Lucas Andrietta, professor do departamento de medicina preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) à reportagem da “Folha”.

     

    Ele também alertou que é mais difícil acompanhar essas entidades do ponto de vista da transparência.

     

    População não se cala

    Apesar de o governo negar os problemas de investimento, a população e seus representantes estão cobrando, durante as audiências públicas que estão discutindo o orçamento de 2022, que os deputados estaduais atuem para que haja mudanças e melhorias na saúde. Entre as demandas citadas estão: a redução da fila de espera para realização de exames e cirurgias e ampliação da rede de atendimento ambulatorial especializado.

     

    Você também pode participar das audiências públicas em sua região e cobrar para que haja mais investimentos em saúde e reivindicar que entre no orçamento para o próximo ano a valorização salarial dos profissionais da saúde, cujo papel é fundamental para a sociedade, o que ficou notório durante a pandemia.

     

    Para participar, acesse o link a seguir e se inscreva: https://bit.ly/APO22. As audiências começaram em agosto e vão até 14 de outubro.

     

    Veja abaixo quando serão as próximas:

     

    - 16 de setembro, às 15h, na Câmara Municipal de Tatuí;

    - 17 de setembro, às 10h, na Câmara Municipal de Registro;

    - 17 de setembro, às 19h, na Câmara Municipal de Sorocaba;

    - 20 de setembro, às 10h, na Câmara Municipal de Euclides da Cunha;

    - 24 de setembro, às 10h, na Câmara Municipal de Campinas;

    - 24 de setembro, às 19h, na Câmara Municipal de Itapecerica da Serra;

    - 27 de setembro, às 10h, na Câmara Municipal de Franca;

    - 27 de setembro, às 19h, na Câmara Municipal de Araraquara;

    - 30 de setembro, às 10h, na Câmara Municipal de Jundiaí;

    - 1º de outubro, às 10h, na Câmara Municipal de Barretos;

    - 1º de outubro, às 19h, na Câmara Municipal de São José do Rio Preto;

    - 07 de outubro, às 10h, na Câmara Municipal de Ourinhos;

    - 14 de outubro, às 14h, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)










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