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    Planos de saúde querem repassar aos usuários os gastos na cobertura da Covid-19
    Autor: Redação - SindSaúde-SP
    09/12/2021

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    O custo médio de uma internação em Unidade de Terapia Intensivo (UTI) de pacientes com Covid-19 aumentou 187% de março de 2020 a agosto deste ano para os planos de saúde. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) aponta que esse aumento pode forçar o reajuste de mensalidades cobradas dos usuários no próximo ano.  

     

    Segundo a FenaSaúde, que realizou uma pesquisa com as 15 maiores operadoras de planos de saúde do país, no início da pandemia, em 2020, cada internação custava aos planos R$ 34.200 em média e, no mês de agosto, era de R$ 98.300.

     

    Segundo a entidade, o aumento também foi influenciado pela permanência média dos pacientes na UTI, que, no começo da crise sanitária, era de 8 dias e, desde fevereiro deste ano, é de, em média, 14 dias.

     

    A federação argumenta que esse custo para os planos deverá ser repassado nas mensalidades do ano que vem para os usuários, posicionamento que foi bastante criticado pelo professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Mário Scheffer, em entrevista à “Rede Brasil Atual”.

     

    Scheffer aponta que os planos gastaram “muitíssimo” menos com a doença nos últimos meses. “Os casos graves e internações por Covid caíram drasticamente no setor privado com a maior cobertura vacinal”, defende.

     

    Além disso, para o professor, a situação econômica vivenciada no país não permite que haja grandes reajustes. “Indivíduos e famílias fazem sacrifícios para continuar arcando com mensalidades", disse.

     

    Reforma da Lei dos Planos de Saúde

     

    Mário Scheffer e a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia, ambos estudiosos de saúde pública e complementar, também são contra a Reforma da Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656, de 1998) que está tramitando na Câmara dos Deputados.

     

    Se for aprovada, a reforma reduzirá a cobertura dos usuários. Em contrapartida, favorece às operadoras que terão o perdão das multas por serviços negados e poderão fazer reajustes nas mensalidades até mesmo dos idosos (pois o projeto também prevê a alteração do Estatuto do Idoso – Lei 10.741/2003 – que, atualmente, impede o aumento para essa faixa).

     

     

    Em nota técnica preliminar, publicada na última segunda-feira (6), os professores apontam que a matéria deve sair da pauta da Câmara e, para isso, acreditam que seja necessária uma ação da sociedade para impedir que o texto siga e coloque em risco o sistema de saúde público e até mesmo a vida da população.

     

    Entre as mudanças apontadas na nota técnica estão os chamados “ambulatorial simples”, que seriam planos de menor cobertura com garantia apenas para consultas, exames e procedimentos de caráter preventivo.

     

    Proibido por lei atualmente, esse plano “acessível” ou “popular” não dará cobertura a urgências e emergências, tratamentos antineoplásicos domiciliares de uso oral, quimioterapia oncológica e radioterapia ambulatorial, hemodiálise e diálise peritoneal, e demais tratamentos ambulatoriais considerados de maior complexidade.

     

    Então, os casos mais graves passariam a ser de responsabilidade exclusiva do Sistema Único de Saúde (SUS), aumentando uma demanda que já está saturada devido à falta de investimento na área.

     

    SindSaúde-SP

     

    O SindSaúde-SP reforça a necessidade de aumentar os investimentos no SUS, com melhorias na gestão dos recursos e contratação de profissionais por meio concursos públicos.

     

    O Sindicato defende que os princípios do SUS (a universalidade, integralidade e equidade) sejam respeitados para atender a toda a população brasileira, seja ela pobre ou rica, usuária de plano de saúde ou não.

     

    Além disso, o Sindicato reforça que há a necessidade de impor mais rigor na fiscalização dos planos de saúde, para que casos como o da Prevent Sênior, denunciada por usar pacientes como cobaias em testes com medicamentos comprovadamente ineficazes para a Covid-19, não voltem a acontecer.

     

    O Sindicato, mais uma vez, defende que não se deve brincar com a saúde das pessoas nem deve ser utilizada pensando apenas no lucro.










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