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    Dietas restritivas e sem supervisão profissional geram mais compulsão alimentar, diz estudo da USP
    Autor: SindSaúde-SP
    22/02/2022

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) realizaram uma pesquisa on-line com estudantes da graduação e pós-graduação da universidade para avaliar comportamentos alimentares antes e durante a pandemia de Covid-19. Eles constataram problemas de compulsão alimentar naqueles que se submetiam a dietas com baixa ingestão de carboidratos, como pães e arroz, e sem supervisão profissional.

     

    Publicado no “Jornal da USP”, o estudo foi realizado pelos pesquisadores Jônatas de Oliveira, Leandro Figueiredo e Táki Athanássios Cordás.

     

    Oliveira, que é nutricionista e pesquisador do Programa de Transtornos Alimentares (Ambulim) do Instituto de Psiquiatria (IPq), disse que 25% dos universitários comentaram ter aderido à dieta low carb, com baixa ingestão de carboidratos, nos últimos três meses. Outros 7,5% comentaram adotar práticas compensatórias a essa alimentação, como o uso de laxantes e o vômito induzido. Nenhum deles era acompanhado por um profissional.

     

    Mais da metade dos praticantes da dieta low carb disse sentir culpa por comer carboidratos. Entretanto, embora não comessem arroz e pão, comiam mais outros tipos de alimentos, como chocolate.

     

    Os adeptos dessa dieta e do chamado jejum intermitente (ficar horas sem comer) também apresentaram intenso desejo por comida.

     

    “Esse desejo pode ser definido como um evento cognitivo no qual existe um alvo apetitoso, recrutando uma série de componentes neurais”, disse o pesquisador.

     

    Ainda segundo o pesquisador, a pesquisa mostrou “o conflito entre o desejo por comida e a restrição cognitiva” que gera a compulsão alimentar, “pelo simples fato de as pessoas estarem fazendo a dieta low carb sem supervisão de um profissional”.

     

    Pandemia

     

    A pesquisa também mostrou que a pandemia de Covid-19 favoreceu os transtornos alimentares. O estudo mostrou que os indivíduos em isolamento social que praticavam dieta durante a quarentena mostraram alta prevalência de risco para transtornos alimentares e desejos intensos por comida.

     

    “Em sua maioria, eram pessoas que tinham planos de emagrecimento; veio a pandemia, e elas continuaram nessa prática em um contexto de restrição pela própria crise sanitária, o que colaborou para a ocorrência de comportamentos transtornados”, explicou Oliveira.










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