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    As mulheres trabalhadoras da saúde ganham em média 20% menos que os homens.
    Autor: SindSaúdeSP
    01/03/2019

    Mês das mulheres, temos algo a comemorar?


    As mulheres que trabalham na saúde pública do Estado de São Paulo ganham em média 20% menos que os homens, é o que aponta levantamento feito pelo DIEESE para o SindSaúdeSP. O dado pode ser impressionante, porque em tese o concurso público deveria democratizar as relações de gênero, já que a prova de seleção não deveria fazer distinção entre homens e mulheres.

    Se considerarmos que as mulheres sempre são levadas a trabalhar em profissões relacionadas aos cuidados, que são aquelas que “tem mais o perfil da mulher”, poderíamos imaginar que na saúde haveria menos desigualdades.

    Mas a divisão sexual e a desvalorização do trabalho feminino também estão presentes no serviço público, mesmo na saúde. Isso quer dizer que há profissões que são tipicamente femininas e outras que são ocupadas por homens. E que as tarefas das mulheres têm menos valor.

    Nós mulheres que atuamos no SUS, apesar de sermos 69% do total de trabalhadores, temos menos acesso às progressões e promoções de carreira, por vários motivos.

    Temos tripla jornada, trabalhamos em casa, no serviço público e muitas vezes em outros empregos. Por isso tiramos mais licenças que os homens, para cuidar da família e para ter filhos.
    Cuidar ainda é tarefa das mulheres, e isso também reduz o tempo que elas têm para estudar e se preparar para as provas de promoção e para as avaliações de progressão.

    Por tudo isso, no dia 08 e durante todo o mês de março, o SindSaúdeSP vai provocar debates, produzir materiais e realizar atividades para mobilizar as mulheres e homens na luta pela igualdade de gênero, sabendo que isso só será conquistado com igualdade de oportunidades para mulheres e homens, também no serviço público.


    FOTO - Maria Aparecida de Deus Ribeiro Alves, Cidinha – Secretária de Mulheres do SindSaúdeSP