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    Justiça por Mariana Ferrer  
    Autor: Maria Aparecida de Deus - Secretária da Mulher
    05/11/2020

    O caso de estupro envolvendo a influenciadora digital Mariana Ferrer é revoltante. Além de inocentar o empresário André de Camargo Aranha, em setembro do ano passado, o modo como a vítima foi tratada durante a audiência é chocante. Por essa razão, venho aqui pedir que todas nós, mulheres, nos juntemos em apoio a ela, clamando por Justiça nesse caso aterrador!

    Durante a audiência, Mariana foi humilhada pelo advogado do acusado de estupro, Cláudio Gastão da Rosa Filho. Durante a audiência, ele mostrou cópias de fotos sensuais da época em que Mariana era modelo profissional, definiu as posições como “ginecológicas”; disse que jamais teria uma filha do “nível” dela, entre outras ofensas. Essas humilhações foram feitas na frente de todos os homens presentes que deviam protegê-las, como o juiz, o que é ainda mais repugnante.

    Ao que tudo indica, tanto o promotor responsável pelo caso, Thiago Carriço de Oliveira, quanto o juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis (Santa Catarina), não teriam esboçado reação para protegê-la.
    Aconteceu com Mariana o mesmo que acontece com muitas mulheres numa sociedade machista como a que vivemos: a vítima passa a ser responsabilizada pelo crime, o que não podemos permitir de modo algum.

    Toda mulher tem o direito de ser livre, de usar a roupa que quiser, independentemente de sua cor, raça, religião ou classe social. Quando uma mulher diz não é o NÃO que deve ser entendido. Os machistas de plantão devem, de uma vez por todas, entender isso.

    Sabe-se que, no Brasil, muitas das vítimas dos crimes de estupro não vão à delegacia registrar boletim de ocorrência pelo medo de serem humilhadas. E nós, mulheres, devemos ser protegidas quando somos vítimas e não culpabilizadas.

    Infelizmente, isso aconteceu com Mariana e nós, do SindSaúde-SP, lamentamos muito. Mas, felizmente, o caso ganhou grande repercussão nacional e esperamos que a Justiça possa ser feita agora.

    Que os crimes cometidos contra Mariana por homens machistas e conservadores, seja o estupro ou a humilhação na audiência, possam ser finalmente punidos.

    À Mariana, em nome do SindSaúde-SP, ofereço todo o meu apoio e a acolhida que ela não teve no curso desse processo.