Notícia
Desde segunda-feira, 25 de julho, funcionários do Hospital Heliópolis estão em greve. Eles reivindicam o fechamento da ala para presidiários tendo em vista o risco de vida a que todos estão expostos. As tentativas de invasão para resgatar um dos presos internados transformaram a rotina do hospital. Os funcionários estão em permanente tensão.
O hospital não tem estrutura apropriada para esse tipo de atendimento, colocando em risco a vida dos pacientes, acompanhantes, funcionários, moradores da região bem como dos próprios presidiários.
Ontem, uma comissão, formada pelas entidades Sindsaúde-SP, Simesp e Sinsprev, reuniu-se com o diretor do Hospital, Abrão Rapoport, para solicitar o fechamento da ala.
Os funcionários não são contra o atendimento médico aos presidiários, porém isso deve ser feito em hospital penitenciário e não em hospitais gerais.
O diretor disse que, ao criar a ala, apenas cumpria uma ordem e estava tentando transferir os presos, mas não poderia fechar a ala.
Os funcionários têm realizado manifestações e assembléias diárias para ampliar o movimento pelo fechamento da ala.
No dia 1º de agosto, às 16 horas, o Sindsaúde-SP e o Simesp agendaram uma reunião com o secretário estadual da Saúde para tratar do assunto.
Leia abaixo íntegra da carta aberta à população sobre a greve no Heliópolis.
GREVE NO HOSPITAL HELIÓPOLIS
Funcionários e pacientes em risco de vida
Após uma noite de pânico e para preservar a vida das pessoas, os funcionários do Hospital Heliópolis decidiram entrar em greve.
Há cerca de sete meses o Hospital passou a ter uma ala, de oito leitos, reservada especialmente para o atendimento ao sistema carcerário. Nesse período aconteceram duas fugas de presos, um seqüestro do carcereiro da prisão hospitalar e uma tentativa de invasão.
Nessa tentativa de invasão, ocorrida na madrugada do dia 25, um tiroteio entre policiais e quatro bandidos colocou em risco a vida de pacientes, acompanhantes e funcionários, gerando ainda mais insegurança.
A enfermaria para presos fica no mesmo andar em que funciona uma unidade de quimeoterapia.
Todos têm direito a atendimento médico. Porém os presos devem ser atendidos em hospital penitenciário e não em um hospital geral, por onde circulam milhares de pessoas.
Esse caso não é o único.
O governador do estado vem implantando ala para presidiários em outros hospitais públicos como é o caso dos hospitais de Mirandópolis, Assis e Botucatu.
Nós condenamos essa medida do governador, feita sem nenhuma discussão com entidades médicas, funcionários e população, em especial os usuários da saúde pública.
O Pronto-Socorro do Hospital está atendendo somente aos casos de urgência.
Os funcionários exigem providências imediatas, eficazes e definitivas contra essa medida irresponsável!
Sindsaúde-SP Cremesp Simesp Sinsprev Associação Paulista de Medicina