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    Trabalhadores vão à luta em defesa do HGG e do HGSM
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    16/06/2020

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    As trabalhadoras e os trabalhadores da saúde pública fizeram um grande ato para cobrar um posicionamento do governo em relação aos remanejamentos dos mais de 2 mil profissionais dos hospitais gerais de Guaianases (HGG) e São Mateus (HGSM) devido ao anúncio de terceirização e de uma possível municipalização das unidades, respectivamente, além de expor a preocupação de como ficará a atenção à saúde da população.
     
    Durante o ato, que foi realizado na última quarta-feira (10), a diretoria do SindSaúde-SP expôs aos trabalhadores o que foi tratado na reunião on-line com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), que foi representada pelo coordenador de Serviços de Saúde, Antonio Pires Barbosa, e pela coordenadora de Recursos Humanos (CRH), Cida Novaes. “Mesmo com essa reunião, ainda não temos nenhuma garantia, mas o coordenador se comprometeu a fazer uma nova reunião para continuar as discussões”, explicou Célia Regina Costa, secretária-geral do SindSaúde-SP ao relatar a dificuldade de negociar com a SES.
     
    A direção do SindSaude-SP Célia, regina, gervásio,
    Mais a representação do São Mateus, o Guaianases,
    Sinspi e na reunião
     
     
    Célia relatou que a secretaria está alegando que há um problema de gestão no Hospital Geral de Guaianases, que segundo a SES, é uma unidade de baixo rendimento, mas ela avalia que se o problema for esse há outras maneiras de resolver, não descartando as trabalhadoras e os trabalhadores. 
     
    Além disso, a Secretaria está alegando que a terceirização do Guaianases para a Organização Social Santa Marcelina é temporária, mas que pode ser prorrogada. Informação questionada pelo SindSaúde-SP. “Por que terceirizar, trocar todos os equipamentos, inclusive os de alto custo, se a gestão será temporária? Não faz sentido! E os trabalhadores? Por que querem transferi-los se o contrato é temporário?”, indaga a diretora do SindSaúde-SP da região Leste, Valéria Fernandes.
     
    Outra preocupação do SindSaúde-SP e dos trabalhadores é que o Guaianases atenderá apenas aos casos de Covid-19. Os trabalhadores são a favor da abertura de mais vagas para o atendimento de Covid-19 na região e que os serviços já ofertados à população tenham melhores condições. Mas, para eles, o atendimento aos pacientes com Coronavírus também não pode prejudicar quem depende do serviço de urgência do hospital, caso contrário, aumentará o número de mortes por infartos, AVC, diabetes descontrolada, entre outras doenças.
     
    São Mateus
    Já no caso do São Mateus, a Secretaria alega que o terreno é municipal e que foi concedido ao estado para a construção da unidade e esse seria o motivo para o interesse do munícipio. “Segundo a secretaria, o trabalho realizado no São Mateus é muito interessante e que os trabalhadores de lá são firmes e que por enquanto o processo de municipalização está suspenso”, contou Célia.
     
    Mas o SindSaúde-SP reforça que a mobilização dos trabalhadores não pode esfriar, já que pode ser uma estratégia para enfraquecer o movimento e retirar os trabalhadores aos poucos. Além disso, a diretoria do Sindicato reforça que se os trabalhadores forem chamados para aceitar algum tipo de transferência que não devem assinar e que chamem um representante sindical para acompanhá-lo. O SindSaúde-SP orienta aos trabalhadores que esperem o término das negociações para que a tomada de decisão seja feita pelo coletivo, assim, evitamos que os trabalhadores sejam prejudicados.
     
    Apoio da sociedade
    Representantes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo (SinpsiSP) e o deputado estadual Carlos Giannazi participaram do ato como forma de solidariedade à luta dos trabalhadores da saúde pública estadual. Além de moradores e lideranças da região de Guaianases e São Mateus, que estão apoiando o movimento dos trabalhadores. O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) também deu seu apoio e participou da reunião on-line com a SES.
     
     
     
    Tentativa de desmobilização
    A Secretaria de Estado da Saúde está demonstrando resistência em negociar com o SindSaúde-SP desde o início da pandemia. O Sindicato está há meses lutando para que houvesse a implementação de protocolos de seguranças para os trabalhadores, devido aos riscos de contaminação por Covid-19, além de fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e formação continuada para os profissionais principalmente, em relação à paramentação e à desparamentação. Com a pauta do HGG e do HGSM, infelizmente, não está sendo diferente e o SindSaúde-SP também enfrentou a tentativa de desmobilização da categoria por parte da secretaria. Depois de idas e vindas a reunião ficou marcada para o dia 11, às 11h.  
     
     
    Política de terceirização
    Trabalhadores de diversas unidades da grande São Paulo e da capital participaram do protesto contra o desmonte da saúde promovido pelo governo do estado, que está aproveitando o momento da Pandemia de Covid-19 para terceirizar os serviços em diversas regiões do estado. Além do São Mateus e do Guaianases, já houve o remanejamento de trabalhadores da Farmácia de Alto Custo de Mogi das Cruzes, que atende as 11 cidades da região do Alto Tietê, que foi entregue a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
     
    Inicialmente, os trabalhadores que seriam transferidos para o Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, que fica na mesma cidade, não teriam perda salarial, mas poucos dias depois, as chefias entregaram uma ficha de transferência definitiva e os trabalhadores tiveram a informação que perderiam o adicional de insalubridade, que em seu grau máximo chega a R$ 712,53, valor significativo para quem não recebe aumento real há cerca de duas décadas. Ainda na região do Alto Tietê, o pronto-socorro do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos também está sendo terceirizado e passará a ser gerido pela Santa Casa de Birigui.
     
    Na capital, temos o caso do pronto-socorro do Conjunto Hospital do Mandaqui, que ficou fechado para reformas por cerca de 6 meses e pouco antes da reabertura os trabalhadores foram informados que a Santa Casa de Birigui também iria assumir a gestão do setor. Outra unidade que os trabalhadores já ouviram rumores que há a possibilidade de terceirização é o Hospital Geral de Taipas, na região de Pirituba, zona Oeste da capital.
     
    Para o SindSaúde-SP, o Governo do Estado de São Paulo está aproveitando o momento da pandemia para colocar em prática sua política privatista, usando os casos de Covid-19 como desculpa para passar a gestão para organizações sociais. Um dos argumentos é que seria uma forma de fazer contratações de emergência, mas é importante dizer que o Sindicato já alertava a necessidade de novas contratações por meio de concursos públicos para resolver a sobrecarga de trabalho.
     
    “Para se ter uma ideia, em 2018, já tínhamos um déficit de 66 mil trabalhadores da saúde e mesmo assim, o governo se negou a fazer novos grandes concursos. Então, a falta de profissionais na rede não é novidade para o governo”, alerta Cleonice Ribeiro, presidenta do SindSaSaúde-SP e completou: “Não é de hoje que os trabalhadores da saúde atuam sobrecarregados e muitas vezes doentes. E não é de hoje que os serviços estão sendo sucateados, sem investimentos em infraestrutura, reformas dos prédios ou até manutenção dos equipamentos.”
     
    E agora, depois de décadas de dedicação ao serviço, o governo está descartando os trabalhadores que passaram a vida se dedicando a cuidar dos outros e nesse momento de pandemia estão arriscando suas vidas e de suas famílias devido ao exercício profissional. Agradecemos às palmas de toda a sociedade, mas também exigimos do governo do estado de São Paulo valorização salarial e respeito por todo trabalho que desenvolvemos.









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