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    SindSaúde-SP defende continuidade do uso da máscara. Pandemia não acabou
    Autor: SindSaúde-SP
    25/03/2022

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Em 17 de março, o governador João Doria Jr. decretou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras dentro de locais fechados, exceto transporte público, como ônibus, trens e metrô. Dias antes, ele já havia liberado o uso do acessório em espaços abertos, como ruas e parques.

     

    A medida vem sendo adotada por vários estados, como se a pandemia tivesse acabado e como se não tivessem dezenas de brasileiros e brasileiras morrendo todos os dias em consequência da Covid-19.

     

    Dados do Conselho Nacional de Secretários (Conass) mostram que, nas 24 horas encerradas ontem (24), morreram 312 pessoas vítimas da doença no Brasil, totalizando 658.310 vidas perdidas desde que a pandemia teve início, em março de 2020. Em relação aos casos confirmados da doença, no mesmo período foram 37.690, somando 29.767.681.

     

    No estado de São Paulo, foram apontados 9.300 casos nas últimas 24 horas, segundo balanço da Fundação Seade, somando 5.221.236, e 91 óbitos no período, totalizando 167.046 ao longo de toda a crise sanitária.

     

    A taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) no estado por pacientes com Covid-19 está em 25,4%, e as de enfermaria, em 18,6%.

     

    Pandemia continua

    Ainda que o governo do estado tenha determinado o fim da obrigatoriedade do uso da máscara, usando como argumento a trajetória de queda da doença no estado, autoridades sanitárias do país têm alertado que ainda é cedo para a liberação.

     

    O médico Drauzio Varella, em artigo na edição do último dia 23 no jornal “Folha de S.Paulo”, diz, logo no início, que “está errado liberar já o uso de máscara em lugares fechados. É uma medida adotada por razões políticas. Não conheço um médico bem-preparado que esteja de acordo com ela”.

     

    O médico continua a sua defesa, dizendo que, ao longo da pandemia, aprendemos que lavar as compras ou limpar/tirar os sapatos era quase inútil para evitar a transmissão da doença, uma vez que o SARS-Cov-2, como os vírus “da gripe ou do resfriado”, é transmitido “pelas gotículas eliminadas ao tossir, falar, respirar, espirrar”, o que faz da máscara item essencial no combate à infecção.

     

    Outra voz de peso contra a medida dos governantes que, como Doria, liberaram o uso da máscara em locais fechados, é a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a pneumologista Margareth Dalcolmo.

     

    Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” na segunda-feira, 21, ela disse estar preocupada com a decisão de muitas cidades, entre elas São Paulo e Rio, de suspender a obrigatoriedade do uso da máscara. “Estou muito preocupada com esse afã muito precipitado de tomar medidas administrativas e comportamentais, como retirar a exigência do uso de máscaras em ambientes fechados. Considero um erro. Não é hora de tirar a máscara em ambientes fechados. Essa é outra discussão com a qual não deveríamos estar perdendo tempo”, disse.

     

    A médica enfatizou que a prioridade do momento “é vacinar criança, convencer os pais da importância da vacina”.

     

    Sobre se estamos caminhando para o fim da pandemia, a médica disse “não sei, diante do que está acontecendo na China e, também, na Coreia do Sul”, sendo que este último país distribuía máscaras de boa qualidade para todo mundo e testava muito, “até no sinal de trânsito”. “Mas o que aconteceu foi que eles relaxaram, vacinaram muito pouco, até 80% da população idosa não vacinada”, frisou.

     

    Sobre o Brasil, ela comentou que, até o momento, nada indica que teremos uma nova onda, “mas podemos ser surpreendidos. Temos que esperar mais umas duas semanas para ver como vai se comportar essa disseminação na Ásia”, falou.

     

    SindSaúde-SP

    O SindSaúde-SP tem como bandeiras a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e a Ciência. Desde o início da pandemia, o Sindicato defendeu e disseminou a informação em sua base sobre a importância dos protocolos sanitários, como uso da máscara, higiene das mãos e distanciamento físico.

     

    O Sindicato também defende o Programa Nacional de Imunização (PNI), um dos patrimônios, e lamenta o uso político que foi feito da vacinação, principalmente das crianças, com a propagação deliberada de desinformação por parte do governo federal.

     

    Em relação ao estado de São Paulo, sabemos que o governador João Doria Jr., pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, também faz uso político da CoronaVac e do Instituto Butantan para tentar se eleger. Quer ter sua imagem atrelada como “o governador pai da vacina contra a Covid-19” e o “governador que liberou a população das máscaras”.

     

    Como não minimizamos os graves impactos que a Covid-19 continua provocando no Brasil – afinal, mais de 300 mortes não são mera estatística –, defendemos que o uso da máscara continue, principalmente em locais fechados, mesmo que estejamos imunizados com três ou quatro doses da vacina.

     

    O uso da máscara continua essencial para salvar vidas e é preciso ouvir o que dizem os cientistas, não quem faz uso político dela.










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