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    Trabalhadores(as) exigem a permanência em seus postos no Hospital Nestor Goulart Reis
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    05/09/2023

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Trabalhadoras e trabalhadores do Hospital Nestor Goulart Reis (HNGR) protestaram contra o processo de privatização da gestão do equipamento. O ato, organizado pelo SindSaúde-SP, foi realizado na manhã da última quinta-feira (31), em frente ao hospital, localizado na cidade de Américo Brasiliense.

     

    O hospital poderá ser administrado pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Faepa), organização social ligada ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP), que já faz gestão do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), que fica ao lado do Nestor.

     

    Com isso, os(as) profissionais serão transferidos para outras unidades, sendo que a mais próxima está a mais de 80 km, que é o Hospital Santa Tereza, em Ribeirão Preto, distantes de seus lares e de suas famílias.

     

    O impacto da mudança de unidade, além de afetar a rotina desses profissionais, causará perda salarial, pois a insalubridade é cortada até que se faça a nova avaliação no local para onde foram transferidos. Sem contar que após a avaliação, o valor também pode ser reduzido levando em conta que esses trabalhadores recebem, atualmente, o grau máximo de 40%.

     

    Para sanar parte dos problemas que podem ser causados com o processo de terceirização, os(as) trabalhadores(as) reivindicam que o governo do estado mantenha os profissionais no Nestor exercendo as atividades que desenvolveram expertise.  

     

    Degradação

    O HNGR foi fundado em 1958, com capacidade para 672 leitos. Atualmente, segundo os profissionais ainda restam 102 leitos para tratamento de tuberculose. Eles ainda relatam que a redução da capacidade de atendimento do equipamento aconteceu por falta de recursos humanos, materiais e financeiro.

     

    Infelizmente, isso se repete em várias unidades dos estados devido à falta de abertura de concurso público para repor o quadro funcional, como explicou o secretário de Administração e Finanças Gervásio Foganholi, que esteve na manifestação. “A nossa luta é contra este modelo de gestão porque temos muitos hospitais com este modelo e uma fila de espera de cirurgias eletivas de 12 mil pacientes, e as OSs não estão dando conta. Então, ninguém apresenta dados de que o atendimento desse modelo de gestão é melhor do que com a administração direta, com servidor público concursado”, avaliou.

     

    Além de Gervásio, estiveram na manifestação pelo SindSaúde-SP, o diretor da região de Araraquara, Denilson Tochio; o secretário-adjunto de Assuntos Jurídicos, André Diniz; o secretário de Formação, Alexandre Senna; o secretário de Políticas e Gestão em Seguridade Social, Ricardo de Oliveira; e o diretor da região Ribeirão Preto, Edson Fedelino.  

     

    Trabalho de excelência

    O Nestor é referência no tratamento de tuberculose e foi graças ao trabalho desenvolvido pelos profissionais que atuam ali há décadas, que ele ganhou esse título. “De acordo com os trabalhadores, o Nestor é única referência no estado para o tratamento da tuberculose multirresistente, voltada para tratamento de pacientes do sexo feminino e para a população LGBTQIA+, sendo que a maioria são pessoas em situação de rua e dependentes químicos”, explicou o diretor regional do SindSaúde-SP, Denilson Tochio.

     

    Na ocasião do ato, os(as) profissionais que atuam no equipamento explicaram que fazem um trabalho totalmente integralizado com os(as) paciente para que eles(as) consigam aderir ao tratamento. “A gente atende o paciente como um todo”, afirmou uma das profissionais e completou: “Se a tuberculose não é tratada com a dependência química associada, não é possível segurar o paciente; muitas vezes, ele já passou por diversos serviços de saúde, tratamentos supervisionados e não conseguiu fazer a adesão.”

     

    Denilson explicou que os pacientes, geralmente ficam de 6 meses a 2 anos internados no HNGR para o tratamento, que chegam sem documentos e distantes dos familiares, mas devido ao trabalho desenvolvido na unidade, eles voltam para as famílias e passam por um processo de reinserção social. O SindSaúde-SP teme que esse trabalho que vai além da saúde acabe com a terceirização da gestão.

     

    A cobertura do protesto foi realizada por membros do Coletivo de Comunicação do SindSaúde-SP










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