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    Pisos Salariais: aumenta tendência de aproximação com mínimo
    Autor: CUT- SP
    15/05/2008

    Crédito Imagem:

    De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, em 2007 os pisos salariais confirmaram a tendência de proximidade em relação ao salário mínimo nacional.

    Em pesquisa divulgada nessa semana, o instituto constata que o número de negociações que atingiram 1,25 salário mínimo mais que dobra em relação aos anos de 2005 e 2006. Porém, diminuiu a quantidade de categorias que conquistaram valores superiores a 2,5 salários mínimos – eram 9,5% em 2005, e são 4,5% em 2007.

    Na entrevista que concedeu ao site da CUT-SP, José Silvestre, técnico do Dieese, comenta a avaliação e explica como a valorização do mínimo influencia na estrutura dos pisos.

    CUT/SP - Quais os critérios que as categorias utilizaram para definirem os pisos salariais?
    José Silvestre – Além de estabelecer um piso único por categoria, os trabalhadores usaram como parâmetro a função exercida e o tamanho da empresa.

    CUT/SP - Houve um avanço dos valores em relação a 2006?
    Silvestre – Houve, porém, nesse estudo centramos a relação entre os pisos e o salário mínimo. Em relação ao mínimo, teve aumento menor, até porque, se o mínimo não cresce ou cresce muito pouco, como acontecia até 1995, os pisos apresentam aumento superior. Com a crescente valorização do salário em âmbito federal, com base no INPC (Índice Nacional do Preço ao Consumidor) dos últimos 12 meses, mais variação do PIB (Produto Interno Bruto) e defasagem dos últimos 24 meses, conforme reivindicação das centrais – indicadores utilizados como referência - agora a tendência é diminuir.

    Por que essa relação? E porque a maior parte das negociações (77%) não superaram 1,5 salários mínimos, mesmo no período de crescimento econômico pelo qual passa o Brasil?
    Silvestre – A média de aumento dos pisos salariais, em 2008, que ficou em 1,39 mínimos, algo em torno de R$ 520, deve-se ao fato de que poucas categorias ganham somente piso. Se setores como confecção e construção civil, onde há qualificação menor, adotarem estratégia de elevar o piso, beneficiarão 90% da categoria, algo que não é válido para os químicos e metalúrgicos, por exemplo, onde há um número menor de pessoas ganhando o equivalente ao piso. Mesmo num patamar de inflação baixa, você não consegue reajustar o piso com um valor de acréscimo equivalente ao mínimo. Mesmo assim, ele acompanha a evolução dos salários.

    O resultado menos favorável, como nos anos anteriores, ficou por conta das negociações do setor rural, enquanto os empregados do setor comercial conquistaram os resultados mais favoráveis. A quais fatores você atribui esses resutados?
    Silvestre – No caso do setor rural, os salários são referenciados pelo mínimo, como podemos observar a convenção coletiva dos canavieiros. Em relação aos comerciários, há uma outra particularidade, as chamadas comissões por metas, volumes por vendas que aumentam substancialmente os vencimentos. Claro que nesse estudo falamos dos trabalhadores formalizados, cobertos por acordo.

    Diante dos dados do Dieese, quais os desafios dos trabalhadores em relação aos pisos salariais?
    Silvestre – A definição do piso já é uma vitória do movimento sindical, já que garante um valor salarial mínimo de ingresso em determinada categoria, em determinada empresa. Além disso, pode ter efeito de tentar inibir rotatividade para que não demitam trabalhador que ganha mais e o substitua por outro que receba menos. Contudo, o grande desafio dos sindicatos e das centrais é melhorar o patamar num cenário de crescimento econômico, inflação baixa e liberdade de negociação.









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