Em ato na Alesp, trabalhadores da saúde alertam o governador: vale de R$ 12 não dá
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    21/03/2024



    O governo e sua base aliada prometeram e não cumpriram: o funcionalismo sequer ouviu um sussurro sobre o reajuste do vale-coxinha que seria discutido logo no início deste ano. Mas para acabar com esse “esquecimento”, os trabalhadores e trabalhadoras da saúde de todo o estado de São Paulo, organizados pelo SindSaúde-SP, foram para frente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta quinta-feira (21). 

     

    Durante a manifestação com muito humor, mas muita mobilização, a categoria lembrou que esse valor vergonhoso pago para o funcionalismo desde 2018, quando foi conquistada a última correção, nem mesmo compra mais uma coxinha.  

     

    “Há mais de 5 anos recebemos o mesmo valor de vale-coxinha. Sem contar todos os direitos que nos tiraram. O governo do estado de São Paulo nos deve: não está pagando corretamente o Piso Nacional da Enfermagem e ainda incluiu o Prêmio de Incentivo na base de cálculo”, afirmou a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, que completou: “Sem contar a vergonha que é nosso salário, o que nos obrigada a ter pelo menos dois empregos para colocar a comida na mesa.”

     

    Trabalhadores da saúde, entre eles delegados sindicais de base e dirigentes do SindSaúde-SP, fizeram diversas intervenções abordando as péssimas condições de trabalho e a demonstração de descaso do governo que vai desde a desvalorização até a sobrecarga de trabalho. 

     

    Durante as falas, também foi apontada a responsabilidades dos parlamentares que aprovaram projetos que precarizaram ainda mais a vida do povo paulista e dos profissionais do funcionalismo, como a extinção da Superintendência do Controle de Endemias (Sucen), o fim das faltas abonadas e o confisco que os aposentados sofreram.

     

    O deputado estadual Carlos Gianazzi (PSol) participou da manifestação e destacou que a data-base, que é 1º de março, não foi respeitada pelo governo. Além disso, ele apontou que apoia a luta dos profissionais da saúde e do funcionalismo como um todo. “É uma vergonha que o estado mais rico da federação pague um vale como esse, que dependendo o lugar, sequer dá para comprar uma coxinha. Além disso, queremos valorização dos trabalhadores do Iamspe e que o governo contribua com sua parte para melhorar a qualidade do atendimento.”

     

    O líder do PT na Alesp, o deputado Paulo Fiorilo (PT) destacou o desmonte das empresas públicas com o consequente sucateamento do serviço público por meio da privatização. “Vimos a venda de uma empresa lucrativa como a Sabesp e agora estamos vendo esse projeto que tira dinheiro da educação para colocar na saúde, mas essa não é a solução. Sabemos que é possível resolver a falta de financiamento da Saúde mexendo nas isenções de ICMS e nós estamos discutindo em plenário mudar isso. Assim, como vamos debater a promessa de reajuste do vale. Eles prometeram no plenário que resolveriam esse problema e nós vamos fazer essa luta aqui na Alesp e quero contar com a presença de vocês aqui no plenário”, convocou. 

     

    A mesa está servida!

    Os parlamentares ainda participaram da “refeição” dos trabalhadores da saúde, quando foi servido uma coxinha e suco. O ato simbólico tinha como objetivo fazer os deputados vivenciarem o que é possível comprar com o vale-refeição do funcionalismo. 

     

    Enquanto comiam, os convidados tiveram que lidar com “ataques do mosquito da dengue”, tendo em vista que o governo do estado de São Paulo acabou com o trabalho de pesquisa para o controle da doença que era desenvolvido pela Sucen.

     

    Próximos passos

    Já ao final do protesto, os profissionais definiram que irão às Câmaras Municipais para entregar aos vereadores o documento com a pauta da Campanha Salarial 2024 e pedir apoio à luta da saúde. Além disso, os trabalhadores irão participar das audiências públicas do orçamento que estão acontecendo em todo o estado para denunciar os problemas no Sistema Único de Saúde (SUS) em suas regiões e colocar em pauta para os parlamentares a necessidade de valorização salarial e profissional.