A gestão da saúde de São Paulo é um caso de raposa cuidando do galinheiro, aponta dirigente do SindSaúde-SP
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    25/03/2024



    A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) promoveu nesta segunda-feira (23) uma audiência pública para debater a estrutura da Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS), responsável por gerir e operacionalizar as ações de regulação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. 

    O encontro promovido pela deputada Ana Perugini (PT) teve como tema "Por um Sistema Cross regional, transparente e mais eficiente!" e analisou os pontos de desequilíbrio no funcionamento do órgão para avançar em soluções. 

    Dentre as organizações convidadas para participar da atividade, o SindSaúde-SP foi representado pelo Secretário de Políticas e Gestão em Seguridade Social, Ricardo Oliveira, que durante a intervenção tratou da forma como a estrutura de controle e fiscalização é organizada. 

    O dirigente destacou que o sindicato defende um modelo de gestão descentralizado, que respeite as diferenças regionais na cidade de são Paulo, seja transparente e apontou que o controle de várias frentes nas mãos da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) representa um conflito de interesses. 

    “A SPDM está à frente de várias unidades de saúde, então, por que também faz gestão do Cross? É a raposa cuidando do galinheiro” apontou, sob aplausos do público presente na audiência. 

    A associação é uma OS que se apresenta como organização sem fins lucrativos e de natureza filantrópica responsável pela administração de várias unidades de saúde. 

    Oliveira acrescentou a necessidade urgente de ampliar a transparência sobre o sistema para compreender como têm sido utilizados os recursos direcionados à entidade. “No início de 2021, o orçamento para o Cross era de R$ 61 milhões. Em 2024, saltou para R$ 93 milhões. Foi 53% de valoração do contrato, uma medida de 18% ao ano e não tem clareza. Tem funcionários, trabalhadores e o sistema do CROSS em si, mas não há transparência sobre como esse recurso é usado”, pontuou.