Governo estadual coloca saúde estadual à venda e adiciona Taipas e Penteado à “lista de mercadorias”
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    11/04/2024



    Agora é oficial: nesta quinta-feira (11), o governo do estado publicou, em Diário Oficial, o edital de convocação pública para a entrega da gestão do Hospital Geral de Taipas e do Hospital de Vila Penteado para uma organização social (OS).

     

    “Essa notícia não foi uma surpresa, recebemos muitas denúncias dos trabalhadores do grande processo de sucateamento nas duas unidades e no Taipas, ainda, recentemente foi iniciada uma grande reforma, mais um indício de que o governo faria a terceirização”, afirmou a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro.

     

    Cleonice ainda destacou que os governos privatistas agem sempre da mesma forma: abandona o equipamento e os profissionais que nele atuam e quando está perto de chegar ao fundo de poço, faz uma reforma e entrega tudo renovado para a OS.

     

    “Tudo isso, com o dinheiro da população, que está sofrendo com a superlotação dos hospitais, com as longas de filas de espera para fazer exames, procedimentos simples e cirurgias e que, muitas vezes, não consegue sequer ter acesso à medicação”, critica.

     

    Além disso, em novembro passado, o governador do estado de São Paulo já havia anunciado que iria privatizar as unidades conjuntamente com o Hospital Rota dos Bandeirantes, localizado na cidade de Barueri, que à época estava em fase de finalização da construção.

     

    “Tem um monte de gente querendo administrar o Hospital de Barueri, o Sírio quer, o Einstein quer. Um monte de gente boa quer administrar e a gente disse o seguinte: Já que vocês querem pegar o filé, vão ter que roer o ossinho também, vai levar junto o Taipas, vai levar junto o Vila Penteado e eu tenho certeza que a gente vai ter aí uma grande gestão”, afirmou o governador na ocasião. Clique aqui e assista ao vídeo.

     

    Como você mesmo(a) leu acima e pôde ver no vídeo, o governador considera o Taipas e o Penteado como os “ossinhos” da saúde estadual. Isso por que ele e seu antecessor João Doria Jr. (PSDB) não abriram concurso para repor o quadro funcional, não deram a devida atenção à manutenção e à gestão das unidades, com o propósito de prejudicar o atendimento e ter uma “desculpa” para privatizá-las.

     

    O SindSaúde-SP repudia a entrega do serviço público de saúde para o setor privado, que apesar de se esconder atrás do nome de organizações sem fins lucrativos ou filantrópicas, ganham muito dinheiro como foi comprovado pela Comissão Parlamentar de Inquérito das Organizações Sociais de Saúde (CPI das OSs), realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), coordenada pelo então deputado estadual, Carlos Neder, médico que faleceu em 2021, vítima de Covid -19.

     

    Além disso, o SindSaúde-SP destaca mais uma vez a falta de respeito com os profissionais que atuam nos equipamentos, que mesmo sobrecarregados e sem condições dignas para exercer suas profissões, não abandonaram seus pacientes. São profissionais que lutam pela vida da população, que se colocam em risco diariamente para cuidar do outro e sequer foram ouvidos.

     

    Esses profissionais merecem respeito e devem ter o direito de ficar na unidade e serem tratados com dignidade. Pois o que vemos nos processos de privatização, são os profissionais da saúde sendo assediados, deixados na “geladeira” ou mal tratados pelos gestores recém-chegados.

     

    Esses trabalhadores estão no serviço público há décadas, organizaram suas vidas no entorno do trabalho e não podem ser penalizados pelo descaso do governo que não cuidou do bem público como deveria.

     

    Infelizmente, esses casos não são inéditos. O mesmo aconteceu durante a pandemia com o Hospital Geral de Guaianazes. Mais recentemente, o SindSaúde-SP conseguiu reverter a terceirização do Hospital Nestor Goulart Reis e impediu que o processo fosse iniciado no Centro de Atenção Integral à Saúde de Santa Rita, ambos na região de Araraquara.

     

    O governo estadual não se contenta em entregar os bens da população e também colocou à venda os bens do funcionalismo público, como é do Prédio da Administração do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).

     

    Em todos os casos, o SindSaúde-SP avalia que existe uma solução: A CONTRATAÇÃO POR MEIO DE CONCURSO PÚBLICO. É a falta de recursos humanos para atender a demanda da população que causa a demora do atendimento e reduz a qualidade do serviço.

     

    SINDSAÚDE-SP PELO FIM DA PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE! CONTRA A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E DO ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO!

     

    JUNTOS SOMOS FORTES!