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    SP tem 1,7 mil profissionais da saúde pública afastados por Covid-19 ou gripe
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    12/01/2022

    Crédito Imagem: SINDSAÚDE-SP

    Reportagem publicada pelo portal de notícias “UOL”, nesta quarta-feira (12), mostra que 1.754 profissionais da saúde pública do estado de São Paulo estão afastados devido à Covid-19 ou gripe. Como o governo do estado não promove concursos públicos há muitos anos, faltam profissionais em número suficiente para atender à demanda quando ela aumenta.

     

    Dados obtidos pela reportagem são da Secretaria de Estado da Saúde. Conforme informou a pasta, o número de afastamentos corresponde a 1% do total de trabalhadoras e trabalhadores do serviço público (172,3 mil).

     

    Ainda segundo a secretaria, “qualquer profissional com suspeita da doença é temporária, preventiva e prontamente afastado para recuperação de sua saúde e prevenção dos demais”.

     

    Um dos hospitais abordados na reportagem é o Complexo Hospitalar Heliópolis, na zona sul da cidade. No domingo, com menos funcionários disponíveis para trabalhar, a unidade só estava atendendo casos de muita urgência no pronto-socorro, suspendendo a triagem.

     

    O diretor-técnico do Heliópolis, Abrão Rapoport, argumentou que a medida foi necessária, pois “remanejar funcionários leva tempo”.

     

    De acordo com a diretora do SindSaúde-SP Gilvânia Santos Santana (Região ABC), a situação do pronto-socorro do Heliópolis ainda não estava normalizada na manhã de terça-feira (11). “O PS só prestava atendimento na urgência e emergência no período da manhã. Os casos mais graves foram transferidos para outros hospitais. Mas na tarde de terça a situação já estava normalizada”, disse, reforçando que hoje (12) o atendimento estava normal.

     

    Gilvânia atribui a situação ao descaso com que o governo do estado tem tratado o funcionalismo público nos últimos anos. “A falta de concursos públicos agrava o atendimento nos hospitais. Além disso, os constantes ataques ao Sistema Único de Saúde (SUS), com corte de verbas e falta de políticas sérias, demonstram o descaso dos governos com a saúde da população e com os trabalhadores(as)”, criticou.

     

    SindSaúde-SP

     

    Dados obtidos pelo SindSaúde-SP mostram que, do dia 16 de dezembro até ontem (10), houve 22 afastamentos de trabalhadores(as) com Síndrome Respiratória no Heliópolis.

     

    No Hospital Infantil Cândido Fontoura, na zona leste da cidade, houve um afastamento por Influenza e outro por Covid-19. No Hospital Geral de Guaianases, também na zona leste, foram afastados sete profissionais de saúde com Covid-19 e quatro com Síndrome Gripal. Já o Hospital Geral de São Mateus, na mesma região, não tinha enviado os dados solicitados até o fechamento deste texto.

     

    Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção SindSaúde-SP, com base em informações da Secretaria de Estado da Saúde, mostra que, do início da pandemia, em março de 2020, até 3 de janeiro deste ano, 123.087 trabalhadores(as) da saúde tiveram casos confirmados de Covid-19.

     

    Os profissionais de saúde mais afetados foram os técnicos e auxiliares de enfermagem, os quais, somente no estado de São Paulo, responderam por mais de um terço dos casos de Covid-19, seguidos de enfermeiros (15%) e médicos (10%).

     

    No Brasil, os Boletins Epidemiológicos do Ministério da Saúde mostram que o país possui quase 600 mil trabalhadores(as) da saúde com casos notificados de Síndrome Gripal, quase 4 mil internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.123 óbitos pela Covid-19. O estado de São Paulo responde por um quarto das internações e hospitalizações (1.078 e 294, respectivamente).

     

    Falta de EPI’s no Heliópolis

     

    A diretora da Região ABC do SindSaúde-SP disse que está solicitando uma reunião com a direção do Heliópolis para tratar de denúncias de trabalhadores(as) de que está faltando equipamentos de proteção individual (EPI’s). Além disso, eles(as) também reclamam de condições precárias de trabalho.

     

    “É desumano que os profissionais do Heliópolis sejam tratados desse modo, ainda mais agora quando estamos vivendo nova onda de Covid-19 e epidemia de gripe. Eles devem ser tratados com respeito e dignidade. Basta de descaso!”, disse a diretora.

     

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