Fraude na saúde paulista, precarização do trabalho e do atendimento
Autor: SINDSAÚDE-SP
19/07/2011
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Punir fraudadores, implementar mecanismos de controle do uso dos recursos públicos e investir na melhoria dos serviços fazem parte das responsabilidades dos governantes. No caso da fraude dos plantões de médicos que recebiam sem trabalhar, não basta colocar o ponto eletrônico. Há que se garantir condições de trabalho e salário digno, respeitar os direitos dos trabalhadores e os acordos negociados entre sindicato e governo do estado, como a jornada de 30 horas na saúde.
Como declarou o secretário da saúde à imprensa, “a maioria são funcionários dedicados”. A maioria não pode ser prejudicada pelas falcatruas de alguns chefes, diretores e ocupantes de cargo de confiança. Dos cerca de 90 mil profissionais da saúde no estado, o Ministério Público está investigando cerca de 70 pessoas.
O ponto eletrônico não é novidade. Já é usado em 30% da rede hospitalar. Pode permitir uma transparência maior do sistema e melhores controles para a gestão, porém não pode ser usado para resolver a falta de funcionários, descumprindo o acordo da jornada de 30 horas conquistada pela luta dos trabalhadores há décadas.
As fraudes são uma das consequências do descaso, da falta de investimento e da má gestão dos governantes com a saúde pública no estado. Mas é a precarização do trabalho e do atendimento o risco permanente à vida dos trabalhadores e dos usuários que não tem preço.
Além do ponto eletrônico, o governo está anunciando uma auditoria em todos os hospitais onde há plantões para investigar a assiduidade dos médicos ao trabalho nos últimos três anos. Zé Dirceu em seu blog comenta o caso: “Auditorias são fundamentais para verificar como esses plantões são feitos, qual o controle dos hospitais e quais os médicos responsáveis por eles. A questão que fica é: por que essa auditoria deve se limitar a só 2,5 anos do governo Serra? E quanto ao governo Alckmin: ponto eletrônico, só agora? Quais são as relações políticas dos investigados? Quem os apadrinhou?”
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