Municipais em greve
Autor: SINDSEP-SP
01/09/2011
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Os trabalhadores foram unânimes. Diante de mais um ato de desrespeito do Prefeito Kassab, cerca de quatro mil servidores presentes em assembleia decidiram pela continuidade da greve. A proposta do governo foi a mesma apresentada no dia 18 de agosto. Reajuste de 11,23% a partir de 2012 e apenas para quadros da saúde. Isso significa que em 2011 o reajuste é ZERO.
Os trabalhadores da saúde presentes ficaram indignados. Agentes de Apoio, AGPPs e Especialistas, ou seja, o nível básico, médio e universitários dos quadros gerais da Prefeitura ficam sem nada. São mais de 25 mil trabalhadores da ativa e aposentados. Os servidores ficaram revoltados e decidiram dar continuidade ao movimento de greve e envolver mais colegas neste dia 31 de agosto. Também neste dia às 13 horas, os comandos de greve eleitos nas unidades estarão reunidos no Sindsep para se organizarem. Dia 1º de setembro, às 10 horas em frente ao Gabinete do Prefeito haverá nova assembleia para avaliar o movimento.
Foi atendida pela SEMPLA uma comissão constituída pela diretoria do Sindsep e por representantes dos trabalhadores presentes. A comissão chegou a sugerir que o governo parcelasse os 39,7% que a PMSP nos deve desde 2005, como já fez com a Educação e GCM que tem reajustes anuais superiores a 10%. Depois de conversar com o Secretário Rubens Chammas por vinte minutos, os representantes do governo voltaram para a sala de negociações dizendo que era impossível atender nossas reivindicações. Pediram para suspender a greve e deixar a conversa para setembro. Um absurdo. Todos sabemos que dinheiro há. O valor dos imóveis explodiram em São Paulo, e a PMSP ganha com cada compra e venda. Os impostos aumentaram. Tem inspeção veicular todo ano sobre uma frota cada vez maior, além da indústria da multa. Enquanto isso, o Kassab não teve dúvidas ao transferir 600 milhões do nosso dinheiro para empreiteiras faturarem com o Estádio de Itaquera.
Kassab está pagando (0%) para ver. Os trabalhadores do serviço funerário pararam e o governo tenta ameaçá-los. Cada vez mais revoltados já deram o recado: a greve continua. O pessoal do verde e meio ambiente está parado e pelas mãos deles estão paradas as aprovações de processos importantes para Kassab, como os das obras de acesso viário ao campo de Itaquera para a Copa de 2014 e do pólo de desenvolvimento do bairro, o monotrilho do Metrô (linha 2 verde) trecho Oratório/Cidade Tiradentes, e o túnel Roberto Marinho que ligará Águas Espraiadas à Imigrantes. A Secretária de Finanças parou, incluindo os trabalhadores da Praça de Atendimento, sendo que dia 31 é o último dia para o munícipe parcelar impostos (PPI). Os aposentados saíram de suas casas e trabalhadores do Esporte, bibliotecas, zoonoses, subprefeituras, Secretaria de Habitação e unidades de saúde pararam de trabalhar para estar no ato e saíram de lá mais mobilizados para a continuidade e ampliação da greve. Vários hospitais que pararam parcialmente decidiram que vão ampliar a greve. Chega de humilhação! Agora, Kassab, que já declarou na internet que está preocupado com a greve, tem mais motivos para não dormir. O Prefeito está descobrindo o que estamos dizendo desde o início do ano: Sem funcionário público, a cidade para!
As paralisações do 1º semestre arrancaram do governo:
• Reajuste de 13,43% no piso dos professores;
• Criação de piso para gestores e apoio da educação;
• Incorporação dos pisos da Educação mediante reajuste de 13,43% em 2014;
• Extensão das Gratificações de Atividade (GAs) do nível básico e médio para os trabalhadores do Serviço Funerário e do Iprem;
• Extensão da GDAS para Assistentes Sociais do Iprem;
• Criação da GDACD para Bibliotecários e profissionais de Educação Física;
• Aumento do piso mínimo de R$ 545,00 para R$ 630,00, somando-se os padrões e todas as gratificações.
Em 21de junho, os trabalhadores aceitaram suspender a greve para que o governo analisasse novamente a pauta dos trabalhadores.A demora foi de quase dois meses para ser apresentada a seguinte proposta:
Saúde
• Pagamento mensal desde janeiro de 2011 dos 20% do PPD retidos para o final do ano;
• Elevação do PPD de 30% para 60% sobre o padrão, somente para os profissionais de nível Superior da Saúde;
• Reajuste dos padrões do QPS em 11,23% para estatutários e celetistas, somente a partir de janeiro de 2012;
• Encaminhamento imediato do PCCS das Autarquias Hospitalares (pronto desde 2009) com pagamento retroativo a agosto de 2009.
Serviço Funerário e Iprem
• Estender a Gratificação de Atendimento ao Público (GAP) aos AGPPs que atendem ao público;
• Concurso para sepultadores e motoristas ainda este ano.
Sobre a Mudança da Lei salarial
• O governo irá constituir um Grupo de Trabalho intersecretarial para discutir a lei salarial.
Sobre capacitação
• O governo está ampliando a rede de capacitação através de cursos EAD (a distância);
• Programa de promoção à saúde do servidor, voltado para a GCM e Zoonoses, para realização de exames e palestras.
Prevendo que o movimento tende a crescer, o governo resolveu começar a abrir o cofre. Porém, nossas perdas já ultrapassaram os 39,7% apresentados no início do ano e ainda temos cerca de 25 mil trabalhadores, ou seja, 17% dos servidores permanecerão sem previsão de reajuste. Por isso, os trabalhadores entenderam como uma afronta do governo Kassab a apresentação de uma proposta, que mais uma vez busca dividir a categoria, não recupera as perdas acumuladas e adia o pagamento para 2012. Durante mais de três exaustivas horas de negociação o sindicato insistiu na contraproposta de:
• Ampliação dos 11,23% de reajuste proposto à saúde para 39,7%;
• Extensão dos reajustes a todos os demais trabalhadores que estão sem proposta de reajuste;
• Retroatividade dos reajustes para a data base de 1º de maio de 2011;
• Extensão das gratificações (GDA, GA, PPD) para todos os trabalhadores das carreiras, autarquias, funções e lotações correspondentes que foram excluídos do recebimento de todas elas;
• Extensão do reajuste de 30% para 60% do padrão no PPD para todos os profissionais do nível básico e médio da saúde;
• Extensão da GAP para as Autarquias Hospitalares e HSPM.
SIGA AS ORIENTAÇÕES DO SINDSEP
1) Organizem reuniões e assembleias nos locais de trabalho e comuniquem ao Sindsep para que seja feita a divulgação;
2) Elejam comissões para organização da mobilização e da greve na unidade;
3) Colem adesivos e cartazes de divulgação do movimento, distribuam o material;
4 Não aceitem provocações e ameaças de chefe. Todas as decisões deverão ser conjuntas. Não tomem decisões isoladas;
5) O direito de paralisação, de protesto, de greve é previsto na Constituição Federal, não aceitem nenhuma intimidação;
6) Discutam com a comissão eleita a distribuição da carta aberta à população explicando os motivos da paralisação;
7) Organizem desde já a unidade para participar da continuidade greve;
8) A comissão deve buscar o contato com o sindicato para tirar dúvidas e realizar encontros de organização. Sem luta não há conquista.
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