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    LULA PEDE AJUDA A LÍDERES DOS PAÍSES RICOS PARA "DOBRAR" FMI
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    31/12/1969

    Crédito Imagem:

    3/3/2004

    Presidente quer poder investir dinheiro em obras de infra-estrutura sem precisar prestar contas perante o Fundo. A dúvida que surge desse pedido é que, se o acordo atual vence em setembro, o governo então pretenderia renovar a "ajuda" do FMI?

    Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que os representantes americanos no Fundo Monetário Internacional (FMI) apóiem a alteração sistemática de acordos preventivos do Fundo com os países da América Latina.

    Lula telefonou para Bush pela manhã e também pediu que os americanos dêem apoio à idéia brasileira de melhorar a contabilidade dos investimentos públicos produtivos dos países em desenvolvimento junto ao FMI para que possam ser contabilizados como investimentos, e não como gastos. "Trata-se de pensar na possibilidade de haver recursos de seguro para uso dos países membros, se assim desejarem, em situações imprevistas. E do outro lado, que os investimentos públicos sejam entendidos na contabilidade deles (do FMI) como investimentos, em não como gastos", esclareceu o porta-voz da Presidência, André Singer.

    A conversa entre os dois presidentes durou cerca de 15 minutos. Lula aproveitou para defender um aumento de investimentos em infra-estrutura na América Latina. Na prática, as medidas sugeridas por Lula poderão ajudar o Brasil aumentar os investimentos em infra-estrutura sem prejuízo das metas fiscais. No último domingo, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fez referências ao tema no encontro com o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler.

    Bush agradeceu ao presidente brasileiro por ter chamado a atenção para este tema e prometeu, em breve, voltar a tratar o assunto.

    Lula pediu ao presidente americano que leve em conta a recuperação econômica da Argentina. Segundo o brasileiro, o país vem agindo com responsabilidade e seriedade na condução de suas políticas públicas.

    Reforço

    Lula estendeu o mesmo pedido ao presidente do governo espanhol, José Maria Aznar, e vai continuar manifestando sua posição a líderes internacionais. Na manhã de hoje o presidente brasileiro também conversou por telefone com Aznar e, nos próximos dias, vai telefonar para o presidente da França, Jacques Chirac, e para os primeiros ministros da Alemanha, Gerard Shroeder, e do Reino Unido, Tony Blair, para reiterar o pedido. A idéia do presidente é mobilizar os representantes desses países no FMI para fortalecer a proposta. (Agência Brasil)

    Veja reportagem da Folha de S. Paulo:

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ontem para o colega americano, George W. Bush, e pediu que os Estados Unidos lhe ajudem nas negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional) por mudanças no cálculo do superávit primário (as economias feitas para o pagamento da dívida pública).
    O Brasil quer que os recursos aplicados em investimentos pelas estatais dos países que integram o Fundo não sejam calculados como gasto, o que afeta as contas públicas.
    Uma das críticas feitas ao governo Lula é que a retração da economia seria provocada pela atual meta de superávit primário (de 4,25% do PIB), que "engessa" os investimentos feitos pelo Brasil.
    O apoio americano é bastante importante para o Brasil. Os Estados Unidos são o país com maior poder de decisão no Fundo, com 17,14% dos votos. O Brasil detém apenas 1,41% dos votos.
    No telefonema, ao pedir o apoio dos representantes americanos no FMI, Lula argumentou que é necessário haver um aumento de investimentos em infra-estrutura na América Latina. Bush, no entanto, não se comprometeu com o brasileiro. Disse apenas que analisaria a proposta e que voltaria a tratar do assunto no futuro. Não há data marcada para uma nova conversa, segundo o porta-voz da Presidência, André Singer.
    Singer disse que o presidente Lula fez o mesmo apelo ontem ao presidente do governo espanhol, José María Aznar, e nos próximos dias também tentará mobilizar o presidente Jacques Chirac (França) e os primeiros-ministros Tony Blair (Reino Unido) e Gerhard Schröeder (Alemanha).
    A necessidade de haver um aumento nos investimentos em infra-estrutura já havia sido discutida no domingo, num churrasco na Granja do Torto, entre Lula e o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler.
    Na conversa de 15 minutos com George W. Bush, de acordo com Singer, Lula também pediu que os EUA "apóiem as propostas de alteração na sistemática de acordos preventivos do FMI com os países da América Latina" e levem em conta a recuperação econômica da Argentina.
    (RICARDO WESTIN)












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