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    Negociação fracassa e bancários mantêm greve
    Autor: AGNALDO BRITO - ESTADÃO
    22/09/2004

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    A negociação entre os representantes dos bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) realizada ontem em São Paulo fracassou. As duas reuniões em separado, entre Fenaban e a Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec), terminaram sem proposta ou data para novo encontro. A negociação voltou à estaca zero. Mesmo antes do resultado final da reunião, os bancários de São Paulo decidiram em assembléia pela continuidade da greve que entra hoje no oitavo dia.

    O movimento cresceu no dia de ontem. A CNB informou que outras seis capitais (Teresina, Maceió, Aracaju, Vitória, Porto Velho e Boa Vista), além de cidades do interior dos estados engrossaram o movimento. Na segunda-feira, a greve atingia 18 capitais. A paralisação, no entanto, ainda é considerada parcial. A Fenaban nega a existência de 200 mil bancários parados no País, como afirma a CNB. Mesmo em ritmo lento, o movimento grevista indica crescimento ao contrário do que pveviu inicalmente a Fenaban esperava. Até o final da semana passada, a entidade aguardava o "esfriamento" do movimento.

    Magnus Apostólico, da Fenaban, afirmou ontem que apenas 5% dos bancos privados estão parados. Disse que a entidade quer negociar, desde que os bancários apresentem sugestões. "Não temos mais como elevar o custo desta proposta", afirmou. Luiz Claudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, disse que a Fenaban "não faz uma avaliação correta" da greve e que a categoria deverá "radicalizar".

    O Ministério Público do Trabalho (MPT) conseguiu uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região na qual pede efetivo mínimo de agências em funcionamento. Ontem, 354 agências e unidades administrativas na capital paulista permaneceram fechadas. No total, São Paulo tem 4 mil unidades bancárias. O TRT citou o Sindicato dos Bancários de São Paulo a apresentar os argumentos para a greve, o que a entidade fará hoje. A Fenaban preferiu não entrar com dissídio. Apenas os bancos buscam na Justiça a garantia de abertura de agências. Em Aracaju (SE) e em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, o Bradesco recorreu à Justiça para evitar piquetes em frente às agências.

    Queda de braço - Na reunião de ontem, o impasse em relação as cláusulas econômicas permaneceu. Os negociadores dos bancários exigem reposição da inflação apurada no INPC até a data-base de 1º de setembro de 6,64% mais aumento real de 17,68%. A categoria exige ainda um salário integral e mais R$ 1,2 mil a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

    A Fenaban aceita pagar aumento linear de 8,5% para salários e benefícios agregados, além de R$ 30 para quem tem vencimento de até R$ 1,5 mil. Em PLR, a Fenaban ofereceu pagamento de 80% do salário e mais R$ 705. A proposta prevê ainda um vale-alimentação extra no valor de R$ 217.

    Os correntistas devem pagar suas dívidas nos prazos. Os bancos mantém a orientação de cobrar juros por atrasos no pagamento das dívidas. A alegação da Fenaban é a de que os correntistas podem, além de usar caixas de auto-atendimento e Internet, os serviços das agências abertas.

    Mesmo com as facilidades dos sistemas eletrônicos, a greve afeta aos que precisam dos serviços bancários. Cinquenta trabalhadores de empresas atendidas pela CAGV Assessoria Contábil, empresa de São Paulo, perderam o direito de receber por antecipação os valores da conta do PIS em razão da greve dos funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF), unidade do Ipiranga. Segundo Kátia Teixeira, encarregada da área de Recursos Humanos, o processo de habilitação das firmas ao PIS Empresa parou em razão da paralisação. "O prazo limite era o dia 17 de setembro", diz. O PIS Empesa permite que a empresa - habilitada pela CEF - receba em conta o valor correspondente aos valores. (Colaboraram Chico Siqueira e Antônio Carlos Garcia)











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