CUT-SP lança Coletivo Estadual GLBTT
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    CUT-SP lança Coletivo Estadual GLBTT
    Autor: CUT/SP
    31/03/2008

    Crédito Imagem:

    Secretários da CUT, da CUT-SP e sindicatos cutistas estiveram no auditório da Central, na manhã dessa quinta-feira (27), ao lado de representantes da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, do Fórum Paulista GLBTT e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos para participar do "I Encontro Estadual Sobre a Questão GLBTT".

    Com o tema , "Diversidades Que Somam Por um Sindicalismo Sem Preconceito", o evento, que contou ainda com parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) de São Paulo, definiu o Coletivo Estadual GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transgêneros) da CUT-SP.

    Secretária de Políticas Sociais, Lucinei Lima, abriu o evento apontando o objetivo da organização. “Tínhamos a necessidade de efetivar um coletivo, com respaldo dos ramos, capaz de garantir a representação dos trabalhadores nos fóruns que discutem a questão GLBTT. Acreditávamos que teríamos grande dificuldade para reunirmos companheiros, devido ao preconceito ainda muito presente no movimento sindical, mas olhando o número de pessoas aqui presente vemos que há uma forte preocupação das entidades com a cidadania”, afirmou.

    A primeira mesa do dia contou com Edílson de Paula, presidente da CUT-SP, Ariovaldo Camargo, Secretário de Administração e Finanças da CUT-SP, Expedito Solaney, Secretário Nacional de Políticas Sociais da CUT, Maria Izabel (Bel), membro da Direção Efetiva da CUT-SP, Roberto Felício, Deputado Estadual e líder do PT-SP na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) e Alexandre Santos, Presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT).

    Contra qualquer tipo de discriminação
    “Essa data histórica é uma conquista dos sindicatos e do próprio movimento sindical, após intensos debates nas bases e dentro da própria CUT. Reafirmamos mais uma vez nosso princípio contra qualquer tipo de discriminação, inclusive, a falta de políticas públicas no Estado de São Paulo, que não contemple as minorias”, afirmou Edílson.

    Para Ariovaldo Camargo, há ainda no conjunto sindical um preconceito velado que não é apenas de orientação sexual. “Precisamos avançar no processo de formação”. Além de elogiar a Parada do Orgulho Gay, que no ano passado, na 10.ª edição, reuniu quase quatro milhões de pessoas na capital paulista, o dirigente exaltou a necessidade de incluir reivindicações dos trabalhadores na manifestação. “O resultado da Parada na Avenida Paulista foi o direito de vocês serem vistos e respeitados. Tem que ter muita alegria, mas algumas pautas do mundo do trabalho devem ser vistas com carinho porque não é possível mais que a orientação sexual supere a competência nos critérios de avaliação para contratação e manutenção de um trabalhador”, disse.

    Maria Izabel, uma das precursoras na discussão sobre gênero dentro da Central Única dos Trabalhadores, aproveitou a ocasião para lembrar a importância de nomes como Maria Ednalva, ex-Secretaria Nacional Sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, e Maria Mendes, Coordenadora da Comissão das Mulheres, na luta pela igualdade. “Em 1995, viajei para Amsterdã, na Holanda, onde falei sobre AIDS no Brasil e movimento sindical. Lá, a central holandesa lançou o desafio de tratar sobre orientação sexual na CUT. O primeiro passo foi encontrar aliados dentro de um espaço machista e sexista. Com apoio da Comissão Sobre a Discriminação Racial, da qual eu era coordenadora, e da Comissão da Mulher Trabalhadora, conseguimos iniciar a construção de um projeto e aprovar a inclusão do tema, em 1999, na Plenária da CUT, com mais de 50% de votos a favor. O curioso é que os demais delegados presentes não votaram a favor, nem contra, apesar de pressionarem a Maria nos corredores. Diziam, ‘a Bel ser louca, tudo bem, mas você?”, conta, numa forma de expressar as dificuldades que o coletivo ainda enfrentará.

    Após exaltar o encontro, Solaney destacou alguns avanços como a conquista do direito à união civil e ao direito previdenciário em alguns estados da nação. “Durante o governo Lula começou uma nova etapa. Devemos aproveitar o momento para pressionar os patrões no respeito à diversidade”.

    Além de defender o caráter festivo da Parada do Orgulho Gay (“Não é apenas com coquetel molotov que se faz uma manifestação’), Alexandre Santos, da APOGLBT, aproveitou para apresentar o tema deste ano, “Homofobia Mata! Por um Estado laico de fato!”. Ele explicou: “Muitos deputados tomados por uma pretensa moral religiosa, deixam de aprovar leis contra a homofobia como a 122, que aguarda votação no Congresso Nacional. Por isso, destacamos a necessidade de um legítimo Estado laico”, comentou.









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