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    Famintas, pessoas em situação de rua buscam atendimento em UBSs da capital
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    28/04/2022

    Crédito Imagem: SINDSAÚDE-SP

    Um dossiê elaborado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo apontou que a crise humanitária na cidade de São Paulo, ocasionada pelo desemprego, falta de moradia e, principalmente, devido à fome, é a mais grave da história da capital. Muitos indivíduos em situação de rua chegaram a buscar atendimento nas unidades básicas de saúde da capital por estarem passando mal devido à fome.

     

    De 1º a 14 de dezembro, foram registrados cerca de 6 mil atendimentos nas UBSs. Das 483 unidades que responderam ao levantamento, 122 afirmaram ter atendido indivíduos com sintomas decorrentes da fome. A maior demanda desse tipo de atendimento ocorreu na zona sul da cidade, com 53% dos casos, seguida pelas zonas norte (20%), leste (12%), oeste (9%) e centro (3%). Alguns casos não tinham a região demarcada.

     

    O documento elaborado pela comissão aponta que as pessoas atendidas nas UBSs estão em situação de rua e sem acolhimento pelos equipamentos da Prefeitura de São Paulo. Inclusive, o dossiê aponta que faltam centros de acolhida e restaurantes da rede Bom Prato em número suficiente para atender a tantas pessoas nas regiões da cidade.

     

    Fim de programa

    Além disso, o relatório alerta que o fim do programa Cozinha Cidadã, extinto pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) no ano passado, agravou ainda mais a situação, que já era precária.

     

    O Cozinha Cidadã chegava a distribuir 10 mil marmitas por dia. Somente após muitos protestos a prefeitura restabeleceu a distribuição de 3.700 marmitas.

     

    Ainda assim, com o número alto de pessoas em situação de rua, o alto desemprego e a escalada da inflação, que faz disparar os preços dos alimentos, a oferta de marmitas não supre a demanda.

     

    De acordo com o Movimento Estadual da População em Situação de Rua, a cidade de São Paulo possui, hoje, cerca de 40 mil indivíduos morando nas ruas da maior e mais rica metrópole do país.

     

    Pior cenário

    O coordenador da Pastoral do Povo da Rua, padre Júlio Lancellotti, concorda que a situação atual é a mais grave já testemunhada por ele. “Só vi situação semelhante quando editaram o Plano Collor, congelaram todas as contas e muitas pessoas ficaram desesperadas. Agora é ainda mais grave do que naquela época, porque as pessoas não encontram trabalho, não têm casa, o número de pessoas que vão para a rua aumenta porque as pessoas ficam inadimplentes, não têm como se alimentar e os que ainda têm uma moradia precária precisam escolher entre morar ou comer”, diz.

     

    Segundo ele, o cenário é tão grave que nem adianta doar mantimentos a essas pessoas, pois elas não têm como prepará-los. Por isso, ele cobra ações do poder público, como a volta do programa Cozinha Cidadã em sua integralidade.

     

    A gente vive uma crise humanitária sem respostas à altura e que amenizem essa situação, que diminuam o impacto da miséria”, critica.

     

    Projeto

    No começo deste ano, foi sancionado o Projeto de Lei 465/2021, da vereadora Erika Hilton (PSOL), que cria um fundo municipal de combate à fome. Porém, até hoje o PL não foi regulamentado e, portanto, nenhuma medida efetiva foi tomada.

     

    Com informações da Rede Brasil Atual

     










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