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    Ato no Hospital Pérola Byington exige segurança, respeito e transparência
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    13/06/2022

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Na manhã de sexta-feira (10), trabalhadoras, trabalhadores, usuárias e usuários realizaram um Ato em frente ao Hospital Pérola Byington. O Diretor da Região Central da Capital do SindSaúde-SP, Paulo Moura, falou sobre as questões que mais afligem os(as) trabalhadores(as) do Hospital.

     

    Entre as reivindicações estão a falta de transparência na mudança da gestão do Hospital, que vai passar a ser administrado por uma Parceria Público Privada (PPP). Trabalhadores (as) estão com medo de serem usados para o treinamento de funcionários terceirizados e depois serem transferidos para outras unidades.  

     

    Para Paulo: “as Organizações Sociais de Saúde (OSS) são empresas que visam o lucro, pois o objetivo é diminuir os atendimentos para lucrar mais. Desde quando começou esse processo de mudança, nós, os trabalhadores do Pérola, estamos pedindo mais transparência. Nesse momento já se sabe como vão ser transferidos os equipamentos e insumos, mas os trabalhadores não sabem quais vão para o novo prédio, nem como serão as relações de trabalho com a OSS”.

     

    “Somos nós, os trabalhadores, que estamos na linha de frente, no atendimento e acolhimento às pacientes. Nós precisamos nos unir para resistir ao assédio moral que sofremos na unidade, porque isso é um problema que só acaba com a união dos trabalhadores. Precisamos nos unificar para evitar o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) e a transformação da saúde num comércio”, alerta o dirigente.

     

    Outra questão é que no dia 01 de julho será inaugurado o novo prédio do Hospital Pérola Byington, próximo à praça Princesa Isabel, na região chamada de Cracolândia, que é constantemente palco de violência policial, assaltos e furtos.

     

    De acordo com Kelly Cristina Batista Mancini: “a enfermagem é uma luta que a gente vive todos os dias. A gente já tem muito problema com a gestão pública, imagina quando passar para a gestão da OSS. Tanto as usuárias quanto os(as) funcionários(as) estão sentindo insegurança em relação às mudanças, principalmente em relação à região do novo prédio, porque a gente vê muitas reportagens sobre a violência nesse local.”

     

    A Diretora da Região Sul da Capital do SindSaúde-SP, Rita Lemos disse que “é um absurdo o que o governo do estado está fazendo com a população, que é tirar esse equipamento de um local que é centralizado, onde já tem várias pessoas que fazem tratamento aqui, para levar para um local onde as pessoas vão sofrer riscos, ninguém sabe o que é que vai acontecer a partir do momento que esse hospital começar a funcionar, a partir de julho”.

     

    “A gente está pedindo que a população se manifeste, que faça sua parte, que exerça a sua cidadania e diga não para o funcionamento do novo prédio do hospital Pérola Byington e não para a OSS que vai administrar o hospital inteiro. Os(as) trabalhadores(as) estão incertos(as), não sabem se vão permanecer no Pérola Byington. É lamentável ver o nosso SUS ser desmembrado dessa forma, para ser entregue às instituições privadas. O SUS é nosso, o SUS é do povo. E o SUS tem que ficar com o funcionalismo público de São Paulo. Precisamos reivindicar concurso público para melhorar o atendimento da nossa população”, conclui Rita.

     

    Luciana Araújo, moradora da Bela Vista, ressalta que a população precisa ser conscientizada pois “isso é um ataque ao conjunto das mulheres. Porque, imaginemos nós, mulheres vítimas de violência sexual, que buscamos um atendimento que precisa chegar cedo, que como tem muita gente e poucos funcionários, sai tarde, numa região da cidade em que dia sim, dia não, o problema social que existe é tratado na base da bala de borracha, da bomba, da polícia. E aí a gente vai ter que, depois de passar por um processo de atendimento que já é muito difícil, ou as mulheres com vários tipos de câncer que são atendidas por aqui, muito vulneráveis na nossa condição física e psicológica, ter que sair de um hospital e dar de cara com uma operação policial, com bomba, com bala de borracha, com o afastamento da população em situação de vulnerabilidade de uma forma absolutamente violenta,  é isso que está sendo prometido para nós com a transferência do hospital Pérola Byington aqui do bairro”.

     

    Ela também alerta que: “é muito importante que a gente dialogue novamente com as nossas vizinhas, com os nossos vizinhos, com as organizações sociais que tem aqui no bairro que podem ser parte fundamental da defesa do hospital nesse momento. Esse é um ataque ao conjunto das mulheres brasileiras, ao conjunto de mulheres e meninas, quase metade das atendidas aqui são meninas menores de 13 anos vítimas de estupro, vítimas de abuso sexual, muitas vezes dentro das suas casas”.










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