Previdência: A reforma e o bode
Sindicato unido e forte
desde 1989


    Previdência: A reforma e o bode
    Autor: Edivaldo Dias de Oliveira
    19/12/2016

    Tem muita gente compromissada com a defesa dos interesses sociais estrilando com a proposta da reforma da previdência pelo governo golpista. O que ninguém tem percebido é que, de certa forma, é isso que os golpistas querem e esperam; que a reforma seja contestada pontualmente, mas não a necessidade da sua realização.

    Assim, contra a grita geral sobre o tempo de contribuição para obter aposentadoria integral, a igualdade na idade para se aposentar entre homens, mulheres e trabalhadores rurais e a desvinculação em relação ao salário mínimo, o governo faz algumas concessões reduzindo um pouco o tempo de contribuição, mantém uma pequena diferença de idade e estipula uma tabela de valores vinculadas ao mínimo, do tipo 50% da aposentadoria é vinculada e resto não e aí sai todo mundo dizendo que “agora tá bão”.

    O nome disso é tirar o bode da sala, que todos nós já conhecemos.

    Quando alguém, um negociante, quer vender um bem e avalia que o mesmo vale mil reais, a tendência é ele pedir mil e trezentos ao potencial comprador; este por sua vez, após avaliar o bem oferece oitocentos, novecentos reais e o vendedor finalmente, por dizer ser muito amigo do comprador deixa por mil, que é o que ele desejava inicialmente e fecham o negócio.

    É isso que vai acontecer com a famigerada Reforma da Previdência . Não a toa, as Centrais Sindicais mais traíras já conversam com o governo no sentido de fazer mudanças na proposta, pois com certeza as partes já tem entre si, acordados, quais são os números mágicos, os números de consenso.  

    Assim essas centrais e seus sindicalistas de araque, como Paulinho da farsa e Ricardo Puthá, ameaçam manifestações e greves de araque contra os números apresentados, conseguem amplo espaços na grande mídia como JN, que fazem parte do golpe, os golpistas recuam para os números acordados e eles posam de vitoriosos, contra a “intransigência” das Centrais mais combativas como a CUT.

    O que se tem que fazer é denunciar essa tática perversa nas redes sociais e junto aos trabalhadores, ao mesmo tempo em que se contesta a necessidade de tal reforma sem que antes o estado pague a parte que lhe cabe para a previdência, pois como sabemos, ela é composta da contribuição dos trabalhadores, dos patrões e do estado que há muitos anos não só deixou de contribuir como passou a sacar a descoberto no caixa da previdência, não é por outro motivo que ela foi anexada, capturada, raptada, seqüestrada pelo Ministérios da Fazenda do governo golpista na cara dura, transformando a previdência numa espécie de caixa  2 da fazenda.

    Os movimentos sociais precisam provocar o MPT – Ministérios Público do Trabalho – no sentido de formar uma Força Tarefa para entrar na justiça impedindo que qualquer reforma seja feita até que uma auditoria seja realizada para saber se há déficit realmente e quais os motivos dele.

    REFORMA NÃO, AUDITORIA JÁ.