Um ano de pandemia e uma semana de tristes recordes
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    Um ano de pandemia e uma semana de tristes recordes
    Autor: Editorial SindSaúde-SP
    26/02/2021

    Gostaríamos muito de mudar a pauta e falar de assuntos mais tranquilos, mas o Brasil não deixa. Esta semana, o país atingiu a triste marca de 250 mil óbitos por Covid-19 e mais de 10 milhões de infectados pela doença. Nesta quinta-feira (25), mais de 1,5 mil vidas foram perdidas em 24 horas, no dia mais letal desde o início da pandemia. Além disso, faz pouco mais de um mês que o Brasil registra média móvel diária de mais de mil mortes.

     

    Vemos o sistema de saúde entrar em colapso em várias cidades do país e a situação agravada pelo surgimento de novas cepas do coronavírus, mais transmissíveis.

     

    O pior de tudo é que, mesmo diante de números tão trágicos, o negacionismo persiste.

     

    Em sua live de quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro citou um “estudo de uma universidade alemã”, sem dizer qual era, falando que máscaras são prejudiciais para crianças.

     

    Enfim, é lamentável que, quem deveria estar gerindo a crise, buscando uma nova rota para mudar o jogo em que várias vidas estão sendo ceifadas, não o faz.

     

    Ciência

    O exemplo do presidente tem sido péssimo para os(as) brasileiros(as) que embarcam na onda do negacionismo.

     

    Nesta quinta-feira, completou-se um ano do primeiro diagnóstico de Covid-19 no Brasil (um homem de 61 anos, em São Paulo) e, na contramão do mundo, parece que caminhamos para o abismo.

     

    Segundo boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre as unidades da federação, 13 estão com mais de 80% dos leitos de terapia intensiva ocupados.

     

    Em um vídeo divulgado nesta quinta, o secretário de Saúde de Rondônia, Fernando Máximo, fez um apelo: “Você, que está fazendo festinha, que não está usando máscara... Esse recado é para você, que faz reuniãozinha, bebedeira.... Nós não temos leito de UTI para a sua mãe, não temos leito de UTI para o seu pai, para a sua tia, para o seu filho, para a sua namorada. Nós não temos leito de UTI para você! - ‘Ah, mas eu tenho condição financeira, eu vou para o particular’. O particular está cheio também. – ‘Ah, eu vou para São Paulo’. Os grandes hospitais de São Paulo estão todos lotados. A cepa nova está aí, os leitos estão lotados e não estão aceitando gente de fora”.

     

    Remorso

    O médico infectologista David Uip, que é do Centro de Contingenciamento do Coronavírus em São Paulo, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC e professor Livre Docente da Universidade de São Paulo (USP), disse, em entrevista à rádio “CBN”, que a maioria dos pacientes que atende demonstra um sentimento de remorso e arrependimento.

     

    “É muito duro quando alguém se expôs sem responsabilidade e acabou contaminando pais e avós”, disse. Ele também pediu que as pessoas entendam que não há tratamentos mágicos contra a doença e que o melhor a fazer é usar máscara, evitar aglomerações e higienizar as mãos.

     

    Vacinas

    Temos vacinas, mas não temos doses suficientes. Quanto mais a imunização atrasa, novas variantes do coronavírus surgem, tornando a situação ainda mais difícil.

     

    Por isso, proteja-se! Só a Ciência e a informação correta são capazes de reduzir os danos dessa tragédia que estamos vivendo.