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    Batemos a marca de 3 mil mortos. E agora?
    Autor: Redação - SindSaúde-SP
    19/03/2021

    A Ciência que vem sendo tão massacrada pelos negacionistas da pandemia acertou mais um prognóstico, porque Ciência é feita de dados e não de achismos. Conforme vinham alertando as principais autoridades sanitárias do país, estamos atravessando o pior março de nossa história e, nesta semana, ultrapassamos a marca dos 3 mil óbitos por Covid-19 por dia, na última quarta-feira (17). Trata-se de uma tragédia imensa, a qual, com toda a certeza, deixará uma marca muito profunda em nossa sociedade.

    A triste ironia disso tudo é que chegamos ao nível mais profundo do poço na mesma semana em que foi anunciado o novo ministro da saúde. Trata-se do médico Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, um profissional respeitado por alguns de seus pares, mas que não tem experiência alguma na coisa pública.

    Ou seja, temos na Saúde alguém que não sabe, na prática, o que é o Sistema Único de Saúde (SUS), se bem que o próprio general Eduardo Pazuello, a quem Queiroga substituirá, também nunca tinha ouvido falar do SUS, quando ele assumiu a pasta no ano passado.

    Jabuticaba

    Daquele tipo de situação que só acontece no Brasil, plantamos no Ministério da Saúde a nossa jabuticaba (algo que só dá aqui). Temos dois ministros da Saúde, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro ainda não empossou Queiroga oficialmente. Sendo assim, todas as agendas oficiais estão sendo cumpridas pelos dois.

    Queiroga é o quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro. O quarto que temos na pior crise sanitária deste século.

    Diferentemente de seu chefe, disse defender o uso da máscara e o distanciamento social. Por outro lado, falou que sua gestão será uma continuidade da de Pazuello. Sendo assim, o que podemos esperar dele?

    Pior hora

    Queiroga chegou, embora ainda não tenha chegado de fato, no pior momento da pandemia. Anda de lá para cá de mãos dadas com Pazuello, que ainda não saiu.

    Todos sabemos do desastre que foi a gestão de Pazuello e do governo, de modo geral, na gestão da pandemia. Nós não chegamos aqui por acaso. Houve má gestão, confusão, trapalhadas, atrasos na compra de vacinas e, conclusão, chegamos ao ponto onde estamos hoje.

    Se continuar assim, só nos resta esperar por mais dias piores.

    Governadores

     

    Sem coordenação nacional, governadores e prefeitos tentam seus meios para frear o avanço da Covid-19. O colapso já chegou à estrutura hospitalar de várias localidades e só contendo o deslocamento será possível baixar a curva de transmissão do coronavírus.

    O presidente Jair Bolsonaro entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar os decretos do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, que determinaram restrições de circulação de pessoas e atividades econômicas para conter o avanço da Covid-19.

    Bolsonaro quer que o tribunal estabeleça que o fechamento passe por votação no Legislativo e não mais por decreto. Ou seja, o presidente quer burocratizar e atrasar ainda mais os recursos que os governadores têm para adotar medidas urgentes, porque nosso momento assim exige.

    A percepção da gravidade da situação chegou à maioria do povo brasileiro. Pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira, 79% dos entrevistados acham que a pandemia atinge seu pior momento no país, sem qualquer controle.

    A pandemia já matou 288 mil brasileiros e infectou quase 11,8 milhões. Precisa dizer mais?