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Nesta semana, o governo do estado de São Paulo anunciou que pretende vacinar toda a população paulista de 18 anos para cima até o fim de outubro. O anúncio foi postado inclusive nas redes sociais do próprio governador João Doria Jr., em uma estratégia para turbinar seu marketing pessoal rumo às eleições presidenciais de 2022. Porém, para cumprir sua meta, o governo depende da distribuição de vacinas feita pelo Ministério da Saúde. Como sabemos, não há imunizante em doses suficientes.
Em pronunciamento feito na TV, o presidente Jair Bolsonaro, também candidatíssimo à reeleição, assegurou que a população brasileira estará vacinada até o fim deste ano. Vale lembrar que o pronunciamento veio na sequência do anúncio de São Paulo.
O governador de São Paulo surfou na onda bolsonarista para eleger-se. Mas, desde que Bolsonaro negou-se a reconhecer a gravidade da pandemia, os dois insistem em uma queda de braço, a qual só vem prejudicando um lado: a população brasileira. Inclusive, nesta semana, Doria teve um bate-boca em rede social com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizendo que não havia recebido parte do lote de quase um milhão de doses da vacina da Pfizer. O ministro retrucou dizendo que era feriado (3/6) e que o governador quer "palanque".
A politização da vacina e a desinformação inconsequente têm sido extremamente prejudicial para o andamento da imunização. Até o momento, pouco mais de 10% dos brasileiros foram imunizados com as duas doses e 20%, com a primeira.
Desde o início da pandemia, o SindSaúde-SP defende a vacinação para todos por entender que este é o único caminho para que possamos encerrar esse triste ciclo de mortes em massa no país, que já ceifou quase 470 mil vidas.
Esperança
Independentemente de questões políticas, desejamos que o governo de São Paulo cumpra a sua meta. Afinal, o ritmo da vacinação precisa acelerar. Ao contrário dos negacionistas, o SindSaúde-SP acredita na gravidade da vacina e, também, que a economia parou, o desemprego aumentou e tudo anda de mal a pior neste país porque – veja bem – não temos vacina.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado escancarou vários problemas na forma como o Brasil vem conduzindo a pandemia. Ficamos sabendo, por exemplo, que o país recusou a oferta da Pfizer e que houve uma campanha desenfreada para impulsionar o tal tratamento preventivo, com medicamentos que já foram, comprovadamente, descartados como eficientes para a Covid-19.
Mas, em um país carente de notícias boas, soubemos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou o uso emergencial da Coronavac, vacina do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac.
Isso, somado com outra notícia boa, de que o Brasil vai receber uma fração de 6 milhões de doses doadas pelos Estados Unidos para 14 países, também nos ajuda a ter um pouco mais de esperança.
Ainda não acabou
No entanto, lembramos que a pandemia ainda não acabou e o SindSaúde-SP está apreensivo sobre o que está por vir. Sabemos que você, profissional de saúde, está esgotado. Por isso, continue se cuidando muito. E conte conosco para o que precisar.