Artigo
O machismo é uma das principais chagas sociais e uma prática que continua sendo perpetrada, em pleno século 21, principalmente por homens que se sentem muito inseguros da própria virilidade. No campo político, espaço que as mulheres lutam há anos para terem mais voz e representatividade, não é incomum testemunharmos algum macho alfa tentando anular a presença feminina, seja tentando calar-lhe a voz ou por meio do assédio explícito mesmo, como aquele de que foi vítima a deputada estadual Isa Penna.
A mais recente vítima do machismo no mundo da política foi a querida vereadora Juliana Cardoso, uma jovem política combativa e preocupada com o bem-estar da população mais carente de São Paulo.
Juliana foi tratada de forma muito desrespeitosa, misógina e machista pelo vereador Rinaldi Digilio nas redes sociais, ao dizer, de modo ofensivo, que ela não “empulere” caso o Projeto de Lei 813/2019 de autoria dele seja aprovado.
Não vou entrar aqui no mérito do projeto, apenas abordarei a postura do vereador. Prevalecendo-se de seu lugar de homem branco, ele ofendeu a inteligência, a origem social e a atuação da vereadora, uma mulher batalhadora, originária da periferia da cidade e com sangue indígena correndo nas veias.
Eleita com ampla base popular, Juliana tem bastante representatividade e legitimidade democrática em seu ofício de parlamentar na cidade de São Paulo. Só por isso, já merecia ser tratada com respeito por seu colega de Casa.
Mas, ao ofender a vereadora, o “nobre” vereador estende a sua ofensa a todos(as) aqueles(as) que nela votaram e que se sentem representados(as) por ela.
Assim como fez quando a deputada Isa Penna foi assediada no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por seu colega Fernando Cury, o SindSaúde-SP usa este espaço para repudiar, de modo veemente, a postura inaceitável do vereador Rinaldi Digilio, do PSL, contra Juliana.
Não podemos mais aceitar atitudes moralmente desrespeitosas, machistas e misóginas, para dizer o mínimo, contra mulheres, especialmente vindo de homens que ocupam cargos públicos e são pagos com dinheiro de todos nós, contribuintes.
Transmitimos toda a nossa solidariedade para a vereadora Juliana Cardoso e continuaremos lutando para a construção de uma educação antimachista e antimisógina.