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    Enfim, sociedade brasileira acorda para a importância do SUS
    Autor: Editorial SindSaúde-SP
    25/06/2021

    Nas redes sociais, tornou-se comum celebridades brasileiras exaltarem o Sistema Único de Saúde (SUS) no momento ou após serem imunizadas com a vacina protetiva à Covid-19. Caetano Veloso, Renata Sorrah, Gilberto Gil, a chef Paola Carosella e, também, jornalistas, como a apresentadora do “Jornal Nacional”, Renata Vasconcellos, que, com lágrimas nos olhos, tirou foto ao lado de trabalhadoras e trabalhadores da saúde após receber a picada.

     

    De repente, a desigual sociedade brasileira uniu-se em prol de uma coisa só: todos viraram defensores do SUS, o que é um saldo extremamente positivo dentro dessa situação trágica e caótica que vivemos na pandemia. “Nunca antes na história deste país” tomar uma vacina causou tanta comoção.

     

    O SindSaúde-SP, que defende o SUS desde o início de sua fundação, espera que esse movimento continue quando toda essa tragédia passar. Agora, a sociedade brasileira detentora de um plano de saúde viu a importância de nosso sistema público de saúde, historicamente marcado com a pecha do mau atendimento, filas imensas, pacientes jogados em corredores de hospitais. Infelizmente, esta também é a realidade do SUS, mas não só.

     

    Nos últimos anos, o maior sistema público de saúde do mundo tem sido sucateado sucessivamente com políticas de desfinanciamento e desprestígio por parte de governos que privilegiam o privado em detrimento do público. Essas políticas afetam diretamente o bom funcionamento do SUS, especialmente em um país imenso e com realidades tão distintas como o Brasil.

     

    Mas, enfim, a classe média e a elite brasileira acordaram para o fato de que o SUS é muito mais do que a imagem negativa que, quase sempre, estampa o noticiário. A estrutura do sistema permeia toda a vida dos brasileiros, desde o atendimento médico básico, a cirurgia e o tratamento de alta complexidade, o Programa Nacional de Imunização (PNI), até a água que bebemos.

     

    O SUS e, principalmente, seu capital humano, são a joia rara da coroa brasileira. Porém, até hoje o sistema tinha a imagem de ser algo destinado aos pobres, pessoas que, infelizmente, neste país de origem escravocrata, ainda não é ouvida em sua plenitude pelo andar de cima.

     

    No passado, especialistas em saúde pública já diziam que o SUS melhoraria quando a classe média brasileira passasse a usar seus serviços, pois esta tem mais poder político e econômico para mudar a ordem social.

     

    O SindSaúde-SP espera que esse momento tenha chegado. Só assim poderemos combater a mercantilização da saúde que se tornou comum no Brasil.

     

    Vida longa ao SUS.