Artigo
Junho é o Mês do Orgulho LBTQIA+ e, no dia 28 de junho especificamente, é celebrado internacionalmente o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, uma data que simboliza a luta dessas pessoas pelo direito de serem respeitadas em sua forma de amar e existir.
Por mais que tenham ocorrido avanços históricos na conquista de direitos a todas as pessoas que se identificam com as letras da sigla, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que todas elas possam viver plenamente seus direitos e, principalmente, serem respeitadas como qualquer cidadão e cidadã deveria ser em toda sociedade civilizada. Mas, infelizmente, o que temos testemunhado diariamente é exatamente o contrário.
A luta contra a homofobia, o racismo, o machismo, a misoginia e todas as formas de preconceitos deveria ser de toda a sociedade. Contudo, não é o que acontece no Brasil. Além de ter normalizado a violência contra a população negra e periférica, a nação brasileira é campeã em mortes de homossexuais e travestis.
No ano passado, 224 LGBTQIA+ tiveram morte violenta no Brasil, todxs vítimas da homotransfobia, conforme dados de relatório do Grupo Gay da Bahia. Pela primeira vez desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1980, as mortes de travestis e transexuais (161) ultrapassou a de gays.
Importante ressaltar que, em relação ao ano anterior, houve queda no indicador, muito provavelmente em função da pandemia de Covid-19, que reduziu a circulação de pessoas. Em 2019, foram registradas 329 mortes desse público.
Não bastasse toda a violência e agressões que acompanhamos quase que diariamente contra essa população, no Brasil ainda tivemos que testemunhar ideias absurdas, como a tentativa de retomar a “cura gay”, tratamento psicológico para tentar reverter a homossexualidade de pacientes e que, felizmente, foi banido, há mais de duas décadas, pelo Conselho Federal de Psicologia.
Afinal, só é possível curar o que é doença. Amar pessoas do mesmo sexo está longe de ser uma enfermidade.
Visão de mundo
País conservador que é, o Brasil vira e mexe flerta com medidas extremas para fazer prevalecer uma única visão de mundo, a de que o ideal de família só pode ser formado sob as bases da heterossexualidade.
Como já dito, a duras penas o país avançou, ao equiparar as relações entre pessoas do mesmo sexo à união estável e que esses casais tenham os mesmos direitos familiares e sucessórios dos casais heterossexuais. Também foi assegurada legalmente a permissão de união civil; em 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a homofobia e transfobia ao crime de racismo, prevendo pena de prisão de até 5 anos; há, ainda, direito garantido à reprodução assistida para casais homoafetivos; o Conselho Federal de Psicologia definiu que a transexualidade não é transtorno mental; há permissão da inclusão do nome social na carteira de identidade (RG); entre outros pequenos avanços que possibilita a essas pessoas o direito de existirem.
Além disso, acompanhamos outros avanços, como a eleição de transexuais a cargos legislativos, como os vereadores por São Paulo Erika Hilton e Thammy Miranda, além da deputada estadual Erica Malunguinho.
É extremamente importante que essas cidadãs e cidadãos tenham a chance de ocupar os espaços políticos para lutar por direitos os quais eles, mais do que ninguém, sabem do quanto faz falta viver sem tê-los garantidos pelo Estado.
Luta de todxs
O SindSaúde-SP, como entidade sindical que luta por direitos das trabalhadoras e trabalhadores da saúde do estado e por mais justiça social, apoia a busca da população LGBTQIA+ por mais direitos e, fundamentalmente, respeito e dignidade para poderem ser cidadãos e cidadãs livres para existir do modo como quiserem e para amar a quem quiserem.
O SindSaúde-SP está junto com vocês nessa luta!
Basta de violência LGBTQIA+!