A lambança da vacinação infantil
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    A lambança da vacinação infantil
    Autor: Editorial SindSaúde-SP
    07/01/2022

    Não faz sentido deixar crianças morrerem de doenças para as quais já existem vacinas. Além de não fazer sentido, a decisão tem nome: maldade pura. Desde o começo da pandemia, mais de 1.100 crianças na faixa dos 5 aos 9 anos morreram de Covid-19, uma doença para a qual já existe vacina desde o ano passado. E a Covid também está entre as maiores causas de mortes de crianças para a faixa dos 5 aos 11 anos.

     

    Isso posto, a lambança que o governo federal fez para adiar o início da vacinação para aquela faixa infantil só complicou ainda mais a situação. Assim como fez no início da pandemia, em que o governo brasileiro não respondeu aos mais de 80 e-mails enviados pela Pfizer para a compra de vacinas, postergando o começo da campanha brasileira, o mesmo fez com a vacinação dos pequenos.

     

    Primeiramente, o Ministério da Saúde queria exigir prescrição médica para só então liberar a vacina, requisito que excluiria milhares de crianças pobres, cujos pais não podem arcar com os custos da medicina privada para obter de bate-pronto um atestado.

     

    Depois, inventou uma consulta popular com metodologia muito criticada por especialistas. Mas a vingança veio a galope. A maioria dos quase cem mil participantes, ao ser questionada se deveria haver obrigatoriedade de apresentação do atestado médico, disse NÃO.

     

    Mesmo depois do resultado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ainda insistia na história do atestado. Só depois que governos, como o de São Paulo, anunciaram o início da campanha de imunização para aquela faixa etária em seus estados, ele anunciou, na noite de quarta-feira (5), a vacinação infantil sem a necessidade de prescrição.

     

    Hospitalização em alta

     

    Se, por um lado, o governo brasileiro quer atender aos anseios dos negacionistas da vacina e da Ciência, por outro, suas atitudes tiram o direito dos pais que querem vacinar seus filhos. Adiar a campanha que já ocorre em outros países é levar angústia aos pais brasileiros que querem proteger seus filhos com a vacina.

     

    Reportagem da jornalista Cláudia Collucci, publicada na “Folha de S.Paulo” desta sexta-feira (7), mostra que a variante ômicron avança no país, e que os hospitais públicos e privados têm registrado aumento de diagnósticos e de atendimentos de crianças com Covid-19. As internações também seguem esse ritmo.

     

    Diante desse quadro, a reportagem diz que “isso reforça a necessidade de vacinar esse público o quanto antes”, na visão de especialistas.

     

    Ainda segundo a reportagem, como houve uma invasão de criminosos virtuais (hackers) no sistema do Ministério da Saúde que computa os dados, o ConecteSUS não está atualizado e, portanto, os dados brasileiros podem não estar refletindo a realidade, que pode ser bem pior.

     

    Por fim, a vacinação para essa faixa etária não é obrigatória e deve começar ainda este mês. Ainda é necessário comprar vacinas e, por ora, o imunizante da Pfizer específico para esse grupo foi o único aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A aprovação ocorreu em 16 de dezembro.

     

    Vacine seu filho!

     

    O SindSaúde-SP, favorável à Ciência e à vacinação, acredita que esta é a melhor forma de reduzir os casos graves e óbitos por Covid-19.

     

    Nunca é demais lembrar também que as vacinas já extinguiram várias doenças graves no Brasil, como o sarampo e a poliomielite.

     

    Portanto, pais profissionais de saúde: se seu(sua) filho(a) não tem nenhuma contraindicação, proteja-o da Covid vacinando-o quando a campanha começar. A vacina é segura.

     

    Vacinar-se não é um ato individual, mas coletivo. Quem se vacina protege a todos.

     

    Cuide-se e cuide de quem você ama.