Artigo
Você, profissional de saúde, já deve ter ouvido falar que estamos vivendo a era da pós-verdade. Se ainda não, o objetivo deste editorial é tratar deste tema, pois nosso papel, enquanto entidade sindical, também é esse: colaborar para as boas práticas da comunicação e estar ao lado de nossa base para auxiliá-la na busca pela notícia que não é fake (falsa).
Durante a pandemia de Covid-19, temos acompanhado muita, mas muita desinformação a respeito de medicamentos, protocolos sanitários, tratamentos, muitas delas espalhadas por quem deveria primar pela boa informação.
Nas eleições também vimos esse processo correr solto com muita fake news espalhada via grupos de WhatsApp. São vídeos e áudios montados de forma que a notícia beneficie a determinado grupo ou alguém; ou ainda manchetes de jornais e notícias manipuladas e tiradas do contexto.
Reconhecemos que as redes sociais produziram muitos efeitos positivos, como o acesso democrático de muitas pessoas à informação e possibilidade de comunicação global entre os seres. Por outro lado, a divulgação rápida de informações de todo tipo e a todo momento dificulta a verificação da verdade ou não por detrás daquela informação disseminada.
Fique atento!
Por essa razão, o termo pós-verdade tem sido usado como um retrato de nosso tempo. Mas o que ele significa, afinal? O "Dicionário Oxford", que elegeu o termo como a Palavra do Ano em 2016, definiu a pós-verdade como “a ideia de que um fato concreto tem menos significância ou influência do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. O uso do prefixo “pós” transmite então a ideia de que a verdade ficou para trás de tudo.
Em artigo publicado no jornal “El País”, o jornalista e escritor espanhol Álex Grijelmo escreveu que a pós-verdade é, “na realidade, a era do engano e da mentira, mas a novidade associada ao neologismo (palavra nova) consiste na popularização das crenças falsas e na facilidade para fazer com que os boatos prosperem”. É somo se colocássemos o fígado, o amor, a dor e o ódio acima de tudo, inclusive quando depositamos nosso voto na urna.
Falando em voto, decidimos abordar este tema aqui pois, em 2022, teremos eleições presidenciais e sabemos que a enxurrada de notícias falsas, como as que acompanhamos nas eleições passadas, a respeito desse ou daquele candidato, pode definir o futuro da nação. Mas não só. Vimos que o espalhamento de notícias falsas muitas vezes pode custar vidas, como alguns casos de linchamentos de pessoas acusadas de crimes os quais elas não haviam cometido.
Ainda que o jornalismo seja passível de críticas, a mídia séria e jornalistas sérios fazem um trabalho de filtrar e checar informações antes de publicá-las. Portanto, se você, trabalhadora e trabalhador da saúde, receber uma informação suspeita via WhatsApp ou via fontes ditas noticiosas mas desconhecidas, desconfie! E procure o SindSaúde-SP caso tenha dúvidas. Estamos aqui para ajudá-los sempre que for preciso.