A Justiça impediu que o prefeito de Criciúma, em Santa Catarina, colocasse as crianças do município e suas famílias em risco ao derrubar um decreto que acabava com a obrigatoriedade do comprovante de vacinação contra Covid-19 para efetuar a matrícula ou rematrícula em escolas da cidade.

O problema pode até parece longe de nós, que vivemos no estado de São Paulo, mas é importante lembrar que estamos em um mundo globalizado e que o vírus pode viajar com muita facilidade, como aconteceu em 2020. Além disso, a tentativa do prefeito da cidade catarinense é mais um resquício da influência do negacionista ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro.

Mesmo com a doença controlada e com números muito menores do que o auge da pandemia, ainda temos registros de mais 6,3 mil casos no estado de São Paulo nessa última semana, de acordo com dados da Fundação Seade. Provavelmente por conta das aglomerações recentes nas festividades do carnaval.

Cleonice Ribeiro, presidenta do SindSaúde-SP / Foto: Roberto Parizotti

Nessas seis semanas de 2024, tivemos o pico de casos logo após ao Réveillon, com quase 7 mil confirmações da doença no estado. Diante desse diagnóstico, imaginem como será após o feriadão do Carnaval.

A situação é ainda mais preocupante quando observamos que o número de pessoas imunizadas com os reforços está cada vez menor. Segundo o vacinômetro do governo do estado, 27,95% das doses previstas para o 1º reforço não foram aplicadas e do 2º reforço, 28,95% das pessoas não compareceram aos postos de vacinação para completar a imunização.

No caso de Criciúma, o juiz avaliou que a imunização contra a Covid-19 está dentro do cronograma vacina determinado pelo Programa Nacional de Imunização e, por isso, não cobrar que os pais protejam seus filhos fere o direito estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A imunização vai além de uma escolha individual, ela é uma forma de garantir o bem coletivo. Não podemos deixar que a Covid volte a aumentar e combater ações negacionistas como a do prefeito de Criciúma é extremamente importante para isso.

A vacina é segura e eficaz. Imunize-se e incentive quem você conhece a procurar a unidade mais próxima.

*Cleonice Ribeiro é presidenta do SindSaúde-SP