Na saúde, assédio moral é parte da rotina e símbolo de nossa invisibilidade
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    Na saúde, assédio moral é parte da rotina e símbolo de nossa invisibilidade
    Autor: Janaína Luna - Secretária de Saúde do Trabalhador
    02/05/2024

    A pandemia nos tornou heróis, mas logo que a crise deu sinais de arrefecimento, os gestores públicos e principalmente, privados, nos colocaram novamente no local onde sempre nos viram, onde prevalece a insegurança, as más condições de trabalho e a jornada exaustiva. 

    O cenário, que é muito pior para nós, também é ruim para a classe trabalhadora como um todo. De acordo com um estudo de 2023 realizado pela IAUDIT Tecnologias, especializada em auditorias, 41,64% das pessoas entrevistadas relataram já ter passado por casos de assédio moral, abuso de poder, agressão física e desvios de comportamento por parte de colegas ou superiores no ambiente corporativo.

    Também no ano passado, mais de 30 mil ações trataram dessa forma de violência, segundo o Tribunal Superior do Trabalho.

    Quem vive a rotina das unidade de saúde, como nós, sabe que esse cenário de chantagens e intimidações é ainda pior para nossa categoria. As condutas abusivas que não deveriam, mas são normalizadas, custam a vida de muitas trabalhadoras e trabalhadores e infelizmente, casos de suicídio e depressão se integram à nossa realidade. 

    Mudar isso é um dos princípios que norteia a atuação do SindSaúde-SP e neste Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral reforçamos nossa resistência diante de ações que ferem a dignidade humana e provocam prejuízos físicos, psíquicos e morais. 

    Como temos insistido, quem cuida da saúde não pode fazer isso ao custo da própria qualidade de vida. Para além de medidas individuais por parte de gestores, há outros aspectos que contribuem para o adoecimento, como a terceirização e a privatização dos hospitais, que trazem incerteza e pioram as condições de trabalho.  

    Não há um único local que tenha sido transferido para a iniciativa privada e que não passe a ter uma rotina de sobrecarga e impactos emocionais diante das condições de trabalho que pioram o atendimento e dificultam o papel de servir a população com o qual as trabalhadoras e trabalhadores se comprometeram. 

    Nossa união para ampliar a resistência diante dos abusos segue como o melhor antídoto e tratamento para esse tipo de situação adoecedora. Seja você a vítima ou quem tenha presenciado uma situação de assédio moral, procure um delegado sindical de base ou um dirigente do SindSaúde-SP e denuncie. 

    untos, vamos combater e mudar essa realidade.