Quando o SindSaúde-SP foi fundado, em 18 de junho de 1989, o Brasil ainda não votava para presidente. A primeira disputa após a retomada da democracia ocorreu seis meses depois de nascermos, com o país definindo Fernando Collor, ao invés de Luiz Inácio Lula da Silva, para comandar a nação. A história todos já conhecemos. 

Ao longo de quase quatro décadas, nossa luta foi árdua para que honrássemos os princípios que nortearam a construção de nossa entidade. Para além de muitas greves em defesa de melhores condições de trabalho, estivemos presentes em diversos espaços de discussão que tratam amplamente da vida dos profissionais da saúde. Salário e jornada de trabalho são fundamentais, mas sem concursos públicos, por exemplo, não há renovação da nossa base, não há compromisso efetivo com o bem-estar da população e isso se alcança a partir da pressão em muitas esferas. 

Portanto, sem discussão com governo e parlamentares, não há a garantia de que o acesso a serviços básicos será garantindo, conforme prevê a Constituição Federal de 1988. 

Todas essas batalhas têm como alicerce centenas de companheiras e companheiros que dedicaram uma vida a essa causa. Hoje, celebro os 35 anos de nosso sindicato, mas, também, os 35 anos de dedicação de todas aquelas e aqueles que passaram por nossa direção, dos nossos delegados sindicais de base e principalmente, dos milhares de trabalhadoras e trabalhadores que diariamente veem o sindicato como um alicerce, para juntos construirmos um presente em que impere o respeito ao trabalho que exercemos, essencial para toda a sociedade. 

Quando conheci o sindicato, já mãe solo, ainda no setor de enfermagem do Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, tinha muita vontade de transformar a realidade da nossa categoria e trabalhei para que isso pudesse ocorrer. Minha jornada, como a de muitas aliadas e aliados, serve hoje de referência aos que chegam e que temos preparado para dar continuidade às páginas que começamos a escrever. 

O SindSaúde-SP não é feito apenas de paredes, janelas, portas, bandeiras e faixas, mas essencialmente da vida de pessoas que são a verdadeira razão de ainda termos saúde pública e para toda a população em São Paulo. 

Aliados ao povo paulista, somos imbatíveis, porque se tem algo que aprendi ao longo da minha vida é que ninguém faz nada sozinho. 

Parabéns ao nosso sindicato, sua história é nossa história e sua luta nos enche de orgulho. Que venham muitas outras décadas de honra e mobilização.