Jornalista estadunidense elogia SUS, que Tarcísio quer destruir
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    Jornalista estadunidense elogia SUS, que Tarcísio quer destruir
    Autor: Janaina Luna, Secretária-geral do SindSsaúde-SP
    07/07/2025

    Crédito: SindSaúde-SP

    O jornalista Terrence McCoy, chefe de redação no Rio de Janeiro do jornal The Washington, dos Estados Unidos, publicou no dia 29 de junho um texto em que mostra surpresa com o cuidado eficiente e gratuito do Hospital Hugo Miranda, em Paraty, cidade do estado carioca. 

    Conforme ele descreve no artigo, o cenário brasileiro é bem diferente do norte-americano, que não possui atendimento gratuito na saúde. “Em um momento em que a assistência médica continua sendo uma das questões mais polêmicas em Washington — e o Congressional Budget Office estima que a legislação nacional do presidente Donald Trump pode deixar milhões de americanos sem seguro —, minha admissão inesperada em um hospital público brasileiro serviu como uma espécie de aprendizado sobre um sistema fundamental”, apontou.

    Antes de continuar, mais do que ninguém, sabemos dos problemas que enfrentamos no Sistema Único do Saúde (SUS). Se para os usuários a questão são as longas filas de espera para atendimento e exames, para nós, a angústia é a de trabalhar com péssimas condições de trabalho, que aliam baixos salários, por conta disso, jornadas desgastantes para compensar uma defasagem salarial que chega a 50%, com falta de material básico para atender pacientes. Inclusive os próprios profissionais da saúde, que como os demais, têm atendimento negado quando necessitam. 

    Mas é preciso dar nome aos bois: afinal, dava para ser melhor? A resposta é sim, desde que o mesmo investimento destinado a Organizações Sociais de Saúde (OSS), que tomaram completamente os hospitais na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), fosse destinado a melhorar a estrutura física e a realizar concurso público. 

    Atualmente, estima-se que as OSS abocanhem 20% dos recursos da saúde Estadual, em torno de R$ 7 bilhões ao ano, sob um custo médio 15% a 25% superior ao das unidades diretamente geridas pelo estado, para administrar as unidades de Assistência Médica Especializada (AMEs) e hospitais estaduais. 

    Mesmo com casos constatados aos montes de produtos próximos da validade, armazenamento inadequado, equipamentos quebrados e limpeza deficiente, 64% dos leitos operacionais estão sob gestão dessas entidades, conforme constatou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que a Assembleias Legislativa de São Paulo promoveu em 2018 e que terminou sem resultado relevante. 

    Por conta disso, mais do que nunca, nossa greve é urgente, necessária e uma luta que precisa ser travada por trabalhadoras, trabalhadores e usuários. A luta é de todos e todas para defender um sistema do qual 70% da população brasileira depende para receber cuidados como os dispensados ao jornalista. 

    Um modelo garantido pela Constituição de 1988, após muita luta por uma saúde pública, universal, gratuita e de acesso igualitário, algo que os atendimentos das OSS, aprofundado na gestão de Tarcísio, inimigo do povo, não mantém. Onde hospitais atuam em modelo de portas fechadas nos quais é preciso um encaminhamento para ser atendido e que, com isso, destrói um dos princípios pilares do SUS, a universalidade, ao selecionar quem será atendido. Afinal, empresas visam lucro e não bem-estar da população.

    Quem não reage, acaba por rastejar e para que o futuro da saúde pública não seja como o estadunidense, mas sim em um formato justo, igualitário e brasileiro, vamos todos às ruas no dia 16 de julho, porque se a situação está grave, a saúde é a greve.