Sindicato unido e forte
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    O remédio do dr. Alckmin e do engenheiro Kassab para a Cracolândia
    Autor: Carlos Augusto Sousa Silva Presidente lice
    20/06/2012

    Crédito Imagem: sindguardas.jpg

    O ano de 2012 iniciou-se com uma parceria inusitada para tentar resolver um problema que há muito incomoda a população e envergonha aos governantes. De um lado um governador que não sabia o que fazer para que o seu partido (PSDB) tivesse um candidato competitivo que pudesse despertar o interesse do eleitor paulistano. Por outro lado temos um prefeito em final de mandato que também não sabia o que fazer para tentar recuperar a popularidade perdida no decorrer da sua gestão em decorrência de vários absurdos colocados em prática na sua administração. No meio destes interesses, a Cracolândia é a realidade decorrente da ausência de políticas sérias para as pessoas que se envolveram com drogas e não tiveram o atendimento que todo ser humano que tem um problema de saúde psíquico necessita ter. A drogadição é um deles. Diante da iminência do governo federal colocar em prática um programa de assistência à saúde mental aos usuários de drogas da região. Alckmin e Kassab, que estavam inertes perceberam que a questão da cracolândia tinha um forte apelo junto à opinião pública, no apagar das luzes do final do ano, optaram por colocar em prática uma medida que ultimamente tem sido a tônica destes dois governantes. Mobilizaram a força policial e determinaram que “limpassem” a região e fomos brindados com as imagens deprimentes de policiais descendo o cassetete e atirando com balas de borracha para todos os lados, oferecendo aos pobres coitados o remédio receitado por um médico (Alckmin) e um engenheiro (Kassab). Assistimos vários debates nos meios de comunicação a respeito da operação. Inicialmente houve muitos parabéns, porém no decorrer dos dias a população paulistana teve a sensação de dejavu, pois num passado não tão distante essa receita já havia sido tentada e o resultado foi tão somente a mudança de endereço. Os usuários migraram de um local para outro. As pessoas passaram a refletir que além de tentar resgatar a popularidade do prefeito e imprimir a imagem de governador decidido, quais eram os objetivos que estavam escondidos por trás da referida ação. Seria especulação imobiliária? Seria higienização do local em decorrência da instalação da sala São Paulo (local freqüentado pela elite paulistana)? Não demorou muito e a opinião publica passou a se posicionar de forma critica em relação à ação da policia e o governador veio a público anunciar a proibição do uso de cassetete e de balas de borracha na região. Assistimos as absurdas imagens de viaturas tangendo as pessoas de um lado para outro como se fossem gado, um problema que antes era concentrado, agora se espalha por São Paulo assim como uma chaga que se espalha por um corpo sem tratamento adequado. Posteriormente, o prefeito Kassab, na presença do ministro da saúde anuncia a inauguração de um local de atendimento aos usuários na rua Prates. Ora, se a administração municipal estava preparando um local de acolhimento qual a necessidade e a justificativa da operação repressiva? A argumentação inicial de que a operação serviria para prender os traficantes para acabar com o fluxo de crack no local foi por terra com o número insignificante de droga apreendida, pelo perfil de “avião” dos traficantes presos e pela operação não ter apreendido nenhuma arma sequer que justificasse todo o aparato policial. São quase dezoito anos de PSDB à frente do governo do Estado e oito anos da dupla Serra/Kassab a frente da Prefeitura do Município de São Paulo os problemas crônicos continuam os mesmos, as medidas superficiais e meramente midiáticas de seus governos continuam as mesmas. A sociedade paulistana anseia por um novo modelo de governo que rompa com este ciclo vicioso, e possibilite a São Paulo os mesmos avanços nacionais promovidos pelo Governo Federal para todo o país. Os programas de distribuição de renda, de enfrentamento da pobreza, de medidas para a redução da violência como a capacitação e complementação de renda para agentes de segurança pública. E principalmente precisamos de um governo que seja comprometido com as causas sociais e as resolvo da forma correta, e não com força policial.









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