Notícia
O Hospital Regional de Assis entra nesta terça-feira em seu segundo dia de greve. Segundo a subsede local do Sindsaúde-SP, 80% dos 850 trabalhadores aderiram à paralisação. Eles pedem o fim do convênio firmado com a Faculdade de Medicina de Marília (Famema), que é vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, e a substituição da atual diretoria.
Os trabalhadores decidiram pela greve, em assembléia realizada no último dia 2, por considerarem que o convênio discrimina os profissionais que não pertencem ao quadro de pessoal da Famema. Em função do convênio, a faculdade tornou-se responsável pela gestão do hospital e coloca seus professores e alunos residentes para atuar nele, concedendo-lhes vantagens como salários maiores que os demais trabalhadores.
Para os alunos residentes, as vantagens incluem o direito a cumprir residência sem estar presente ao serviço, confortavelmente instalados em um apart-hotel. Se necessário, os trabalhadores do hospital devem telefonar para eles e, em alguns casos, providenciar um veículo para ir buscá-los.
A administração dos métodos de trabalho e a política de implementação de serviços e programas também são arrogantes. Mudanças são decididas sem consulta aos profissionais. Pacientes são transferidos de um médico a outro sem avisos e explicações. Esse tipo de postura irritou particularmente os médicos que não trabalham na faculdade e que se sentem tolhidos e desrespeitados. Entre eles, a adesão à greve é total.
Os trabalhadores administrativos, que cumpriam jornada de 30 horas semanais, foram subitamente forçados a voltar às 40 horas. O café que era servido pela manhã e à tarde foi cortado. Neste momento, a direção ameaça obrigar todos os funcionários a trabalharem em plantões de seis horas, o que prejudicaria quem tem um segundo emprego.
O Sindsaúde-SP denuncia ainda que há constante falta de materiais de trabalho, e que a qualidade dos que estão estocados é ruim. A greve é por tempo indeterminado.