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Prefeita de São Paulo também faz defesa do governo federal e critica PSDB.
O Diretório Municipal do PT de São Paulo confirmou, neste domingo (14), o nome da prefeita Marta Suplicy como pré-candidata à reeleição. O atual secretário de Governo da prefeitura, Rui Falcão, será vice em sua chapa.
Realizado neste sábado e domingo, o 15º Encontro Municipal do PT aprovou, ainda, a coligação proporcional — para vereadores — com o PMDB. A concretização da aliança depende, porém, da aprovação dos peemedebistas. Foram definidos também, durante a reunião, 71 pré-candidatos a vereador. Restam 29 vagas para negociações com o PMDB e outros partidos que venham a se aliar com o PT.
O encontro foi prestigiado por diversas lideranças nacionais do partido. Durante o ato político de homologação da chapa, o presidente nacional do PT, José Genoino, pediu um minuto de silêncio em solidariedade aos espanhóis, que sofreram o mais brutal ataque terrorista de sua história no último dia 13. Em seguida, Genoino saudou a chapa aprovada e reafirmou o comprometimento da direção nacional do partido com a eleição na principal cidade do país. “A eleição em São Paulo é a prioridade das prioridades para o partido. O PT se orgulha da administração dirigida por Marta e a condução da política por Rui Falcão. Deixo meu comprometimento de ir para a rua com esses guerreiros”, ressaltou.
Genoino defendeu a realização de alianças políticas ao afirmar que o PT “aprendeu que não se governa nem se ganha uma eleição sozinho”. E afirmou que a disputa política de 2004 é fundamental para o partido, que terá “a honra de defender o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
Choque de amnésia
Chamada em seguida ao microfone, a prefeita Marta Suplicy fez um discurso contundente de defesa do governo Lula. Ela ressaltou o caráter particular dessa eleição — a primeira a ser realizada com o PT no comando do governo federal — e defendeu que é preciso se concentrar em questões locais, que influam na vida do cidadão — como transporte, saúde, educação —, mas lembrou que o debate nacional não deixará de existir, colocando na pauta questões como emprego, segurança e ética.
Marta condenou os setores oposicionistas que “se utilizaram de um desvio de conduta do ex-assessor da Casa Civil [Waldomiro Diniz] para declarar culpado o partido, como se tivéssemos cometido um crime coletivo”. “Somos, sim, o partido da ética”, emendou. “E, depois do ‘esqueçam o que escrevi’, vem a fase de ‘esqueçam que governei’”, continuou a prefeita e pré-candidata à reeleição, referindo-se ao fato de adversários estarem se utilizando de problemas como o desemprego e a violência para tentar dar um “choque de amnésia” na população.
Segundo ela, esses setores oposicionistas governaram durante “oito longos anos e (...) deixaram um pesado legado de endividamento e de alta carga tributária.”
“Algumas pessoas da oposição, que erraram muito na supervalorização do real e multiplicaram por seis o endividamento do país, perderam toda a credibilidade ao criticar nosso governo”, afirmou, sob fortes aplausos.
Para a prefeita, o governo Lula está fazendo os sacrifícios necessários para colocar o país na rota do crescimento econômico e do desenvolvimento sustentável. “Foi correto procurar um caminho que nos tirasse da crise e nos conduzisse ao crescimento econômico. Estamos no caminho certo e devemos continuar firmes com nossa agenda”, concluiu.
Diálogo aberto
Marta ressaltou algumas das principais ações de seu mandato — a criação dos CEUs, a doação de uniformes aos estudantes, o enfrentamento da máfia dos ônibus, a descentralização da administração municipal e a “limpeza da máquina de funcionários corruptos”. Ela afirmou que ainda é preciso se concentrar na melhoria do atendimento à saúde e anunciou que será implantada, ainda este ano, a Farmácia Popular em 20 subprefeituras da capital, como forma de oferecer medicamentos a preços menores para a população.
Ao final, a prefeita homenageou o atual vice-prefeito, Hélio Bicudo (com quem trabalhei em perfeita harmonia), e reiterou que o PT em São Paulo está aberto ao diálogo com aliados, “com base no nosso plano de governo e no respeito às nossas responsabilidades”. Ela explicou que a escolha de Rui Falcão para ser seu candidato a vice não significaria “fechar portas” a outros partidos — numa referência à intenção do PMDB de indicar o vice numa eventual aliança com o partido na campanha majoritária na capital.
Presenças
Além do presidente do PT, José Genoino, o ato político de homologação da chapa Marta-Rui Falcão contou com a presença dos senadores Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante, do líder do PT na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, dos deputados Luiz Eduardo Greenhalgh, José Eduardo Cardoso, Ivan Valente e Devanir Ribeiro, e do presidente estadual do PT de São Paulo, Paulo Frateschi.