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    Bragança, Ibope, Haddad e Datafolha: as pesquisas no jogo eleitoral
    Autor: Renato Rovai
    09/10/2012

    Crédito Imagem:

    Os institutos de pesquisas e os resultados que produzem se tornaram instrumentos importantes tanto de arrecadação como de desequilíbrio no jogo eleitoral. O caso do Datafolha em São Paulo é exemplar, mas não é o único. O instituto dos Frias manteve o candidato petista sempre em terceiro lugar e com relativa distância dos seus opositores. Em vários momentos da campanha, treckings e pesquisas realizadas por empresas já apontavam Haddad embolado com Serra. No sábado anterior ao pleito, o Datafolha entrevistou 3.959 pessoas e cravou Serra, 28, Russomanno, 27, e Haddad, 24. Errou feio. Faltavam apenas algumas horas para a eleição cujo resultado foi Haddad com com sete pontos à frente de Russomanno. Quando o Datafolha afirmou que ele estava a três pontos atrás. Uma diferença de 10 pontos. Pode-se dizer que o problema é metodológico, mas depois do que vi e vivi em Bragança Paulista onde contribui na comunicação do candidato a prefeito que venceu a eleição por apenas 21 votos, passei a ter convicção de que há algo muito mais do que estranho no reino das pesquisas eleitorais. Nos dias 24 e 25 de setembro, o Ibope fez uma pesquisa na cidade encomendada pelo jornal Diário de Bragança, veículo vinculado ao grupo político da família Chedid que apoiava o candidato derrotado do DEM, o médico Renato Frangini. Pelo resultado, que virou imediatamente a estrela do programa eleitoral do candidato e que passou a ser veiculado insistentemente na rádio FM do mesmo grupo político, o candidato estava disparado na frente com 37%. E o do PT, Fernão Dias, tinha apenas 23%. Uma diferença de 14% a dez dias da eleição. Acontece que além de ter pesquisas de outros institutos que registravam a eleição embolada, com pequena vantagem para o candidato do DEM, a campanha de Fernão Dias também havia tido acesso a uma pesquisa do mesmo Ibope, contratada por um empresário local. O campo havia sido realizado praticamente nos mesmos dias da contratada pelo jornal e nela a diferença entre o candidato do DEM e o do PT era de apenas 4%. Evidente que um resultado com diferença de 10% em pesquisas realizadas pelo mesmo instituto praticamente nos mesmos dias enseja mais do que uma desconfiança de um problema metodológico na apuração dos resultados. Mas como essa pesquisa pareceu não ter sido suficiente para enterrar as chances do candidato do PT na cidade, as vésperas da eleição o jornal Gazeta Bragantina publicou outra ainda mais favorável ao candidato do DEM, onde ele vencia por 39,7% a 18,4%. E para completar a lambança, na sexta-feira (dia que o jornal não costuma circular) esse mesmo Gazeta Bragantina fez uma edição especial vinculando o PT a atos criminosos. A tiragem foi muito superior à normal e o jornal foi distribuído em quase em todas as casas da cidade. O PT representou contra o jornal e a justiça eleitoral condenou-o a veicular direito de resposta para o partido, o que vai acontecer na próxima edição, com a eleição já decidida. Mesmo assim, o candidato Fernão Dias venceu por 21 votos. É quase certo, porém, que a vitória teria sido mais folgada não fosse toda essa armação entre mídia local, grupos conservadores e institutos de pesquisa. O que vivenciei em Bragança certamente se repetiu em várias outras cidades do Brasil. E o que o Datafolha tentou fazer com Haddad, em São Paulo, talvez passe pelo mesmo circuito do que vivenciei na região bragantina. Essa relação entre grupos de pesquisa, veículos de mídia e partidos políticos têm sido uma tônica. E desequilibram a disputa política. É preciso denunciar e levar à investigação casos como este. Antes que isso se naturalize no processo eleitoral. PS: A proposito, o resultado final percentual em Bragança foi Fernão Dias 38,07% e Frangini, 38,05. Como podem notar, muito diferente dos apontados pelas pesquisas. http://revistaforum.com.br/blogdorovai/2012/10/09/braganca-ibope-haddad-e-datafolha-as-pesquisas-no-jogo-eleitoral/









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SUELY REGINA DE OLIVEIRA 09/10/2012
Apenas uma pergunta, e o nosso aumento???

Jaci Aparecida Soares 09/10/2012
Acredito que existam pautas mais importantes a comentar do que as eleições municipais de Bragança Paulista, que absolutamente não nos interessa. O governo não pagou o aumento de 7% devido aos administrativo desde julho/2012 e o Sindicato deixa por isso mesmo? De que lado o SINDSAÚDE está? Só somos lembrados no desconto da contribuição sindical.

Maria Auxiliadora Moreira 09/10/2012
Vamos retomar os assuntos sobre a vida funcional de seus associados, como está a conversação sobre os administrativos, não tivemos o aumentos de 7% que todos tiveram , e as 30hs semanais quando vão retomar o assunto,antes que o governo dê a volta por cima de novo!