Notícia
Com bandeiras, cartazes, apitos e panfletagem, as manifestantes pediram união contra a violência às mulheres e luta contra o Projeto de Lei (PL) 4330/04 que libera as terceirizações, aprovado pela Câmara dos Deputados na quinta (8) por 327 votos a favor, 137 contrários e duas abstenções (veja aqui como votaram os deputados/as).
Com a terceirização ilimitada, a segurança é mais uma questão que vai tirar a paz dos trabalhadores (as), diz a bancária Maria de Lourdes Alves da Silva, a Malu, dirigente da Fetec-SP. "A violência contra a mulher não pode acontecer em lugar nenhum, muito menos no local de trabalho. A terceirização é uma praga, é um câncer dentro da classe trabalhadora e a população precisa saber sobre as consequências desse projeto", alerta.
Além de apontar a precariedade das condições de trabalho, as manifestantes cobraram responsabilidade e medidas concretas do Metrô e do governo estadual paulista (PSDB) para enfrentar a violência, e não transferência da culpa aos seguranças do metrô, que trabalham com quadro de funcionários reduzido em todas as estações.
Os assaltos também são frequentes nos acessos do Metrô República, e, segundo denúncia de trabalhadoras metroviárias, há apenas uma dupla de seguranças no período noturno, apesar da ampla área da estação, que liga a Linha 3-Vermelha à Linha 4-Amarela.
Descaso com o medo e a violência
Ao microfone e dialogando seriamente com a população, a estudante Sofia, de apenas 11 anos, emocionou e recebeu longos aplausos de quem estava na estação.
"Do mesmo jeito que acontece com as mulheres, também acontece o estupro de meninas. Se fala que não quer, não precisa ser obrigada. Os homens precisam ter mais respeito pelas mulheres porque nós não somos bonecas, somos humanas como todo mundo é. Salve as mulheres!". A menina, que é também é rapper, participou da atividade acompanhada pela mãe, Camila Pimentel, e da avó, Lucia Makena, feministas e militantes do movimento negro.
Fruto de ação civil do Ministério Público de São Paulo com apoio da luta do movimento de mulheres, foi aprovada a realização de uma campanha educativa mas, após várias reuniões com o Metrô, nada ainda foi colocado em prática, explica Sonia Coelho, da Marcha Mundial de Mulheres.
"Já reivindicamos mais segurança, mais câmeras, formação aos profissionais para que atendam adequadamente às mulheres nas estações e na delegacia do metrô. Várias propostas foram apresentadas, mas a política do Metrô é a mesma do governo estadual - descaso com as políticas as mulheres".
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), foram registrados 76 estupros consumados no estado de São Paulo em janeiro e fevereiro de 2015 e, de 2012 a 2014, totalizam 1.479. Os dados também alertam para altos índices de estupro de vulnerável, que vitima menores de 14 anos - foram 77 casos nos dois primeiros meses desse ano e outros 1.133 entre 2012 e 2014.
http://www.cutsp.org.br/destaques/3521/inseguranca-e-outra-face-nefasta-da-terceirizacao
SUELY REGINA DE OLIVEIRA | 13/04/2015 |
celso torres | 13/04/2015 |