Notícia
Para participar basta enviar para o correio eletrônico[email protected] o nome, organização, e-mail e telefone. A atividade é aberta ao público e, ao final, será fornecido certificado de participação.
O seminário é resultado de um curso de um ano e meio, organizado pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo (SEMT-CUT/SP) e a Escola Sindical São Paulo, com trabalhadoras de diferentes categorias, que se debruçaram sobre as suas realidades no local onde atuam, a partir do estudo da obra “A banalização da injustiça social”, do psicanalista francês Christophe Dejours, doutor em medicina e especialista em medicina do trabalho e em psiquiatria.
Ao longo deste período, os trabalhos foram coordenados pela socióloga e psicanalista Débora Felgueiras que, no seminário de agosto, irá compor o debate junto à Cleide Monteiro, psicanalista e professora do curso de Psicanálise do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. O evento conta com a parceria das secretarias da CUT São Paulo de Formação, Relações do Trabalho, Saúde do Trabalhador e de Comunicação.
A secretária da SEMT-CUT/SP, Sônia Auxiliadora, explica que ao longo do curso foi recorrente o tema do adoecimento e como as mulheres reagem a determinadas relações que se dão no ambiente de trabalho. “Debatemos também a terceirização, o emprego e desemprego e a rotatividade que afetam principalmente as mulheres. Aprofundamos sobre o tema do sofrimento no local e trabalho e como podemos reagir e nos fortalecer em unidade”, diz a dirigente, que incentivou a construção do grupo desde o início.
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que 700 mil acidentes e 2,7 mil mortes acontecem por ano no Brasil, relacionadas ao ambiente do trabalho. Ao citar o adoecimento, em terceiro lugar, aparecem questões mais complexas como transtornos mentais e comportamentais, depressão, ansiedade e estresse.
A psicanalista Débora Felgueiras abordou no curso as contradições da relação capital e trabalho e como isso conduz, de maneira ou outra, ao prazer ou ao sofrimento físico, emocional e psíquico. “Dejours pensa como que a gestão e a organização no local de trabalho propiciam condições para que nasçam assediadores. Mas ele não fala só sobre o assédio, aborda também outras questões como a mentira institucionalizada. Isso tudo gera um ambiente de trabalho adoecedor”, diz.
Contudo, Débora também explica que nem sempre o sofrimento no local de trabalho irá gerar o adoecimento. “Depende das defesas psíquicas individuais e coletivas que se desenvolvem”, conclui a especialista, que no dia no seminário falará também sobre os conceitos de coragem e cinismo viris.
Os que não puderem participar presencialmente poderão acompanhar a cobertura pelo facebook e twitterda CUT/SP. Haverá também transmissão ao vivo pelo site da CUT/SP ou pelo Youtube da CUT São Paulo.