O portal Saúde Popular, organizado e mantido por um grupo de médicos de várias cidades do país, promove o debate sobre a saúde pública no Brasil e combate as pautas conservadoras do Congresso que querem favorecer a iniciativa privada. O coletivo foi tema de reportagem da edição de quarta 12 do Seu Jornal, da TVT.
Com artigos de médicos colaboradores e textos compilados de outros portais, o Saúde Popular pretende mostrar que é possível oferecer saúde pública de qualidade à população, sem outros custos além dos impostos já pagos. Alertam também que o Sistema Único de Saúde (SUS) corre sério risco de ser alterado, modificado, prejudicado e até extinto, por força de interesses econômicos com grande influência no Congresso.
"O SUS está sob risco. É uma estrutura que ainda precisa de novos marcos regulatórios", alerta Stephan Sperling, que integra a Rede Nacional de Médicos Populares. Para ele, o setor privado de saúde, por meio de lobby junto aos parlamentares, quer transformar o SUS "numa estrutura disputável por interesses econômicos".
Um dos projetos que visa a atender aos interesses desses grupos é a Proposta de Emenda à Constituição 451/2014, de autoria do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que obriga as empresas a oferecerem planos de saúde privados para todos os funcionários.
As empresas de convênio médico estão entre as maiores doadoras de campanha. Só nas últimas eleições contribuíram com R$ 52 milhões para 131 candidatos. "Eduardo Cunha foi um dos principais recebedores de investimentos de seguradoras e de convênios de saúde, e eles vão exigir. Estão exigindo", diz Sperling.
O médico conta que o objetivo do portal é ser um espaço de acolhimento às demandas populares na área de saúde. "Construir políticas que estejam ao lado do povo, que entendam as suas necessidades. Políticas que venham desconstruir o corporativismo em saúde, políticas que venham desconstruir a mercantilização."
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