Notícia
Criado pelo Governo Federal há dois anos, o programa Mais Médicos surgiu da necessidade de se suprir a falta de profissionais de saúde dispostos a prestar serviços de atenção básica a populações carentes em periferias e regiões remotas do país. A carência de médicos desse perfil se dá, entre outros motivos, principalmente porque boa parte dos profissionais é formada sob uma lógica mercadológica de saúde que valoriza a especialização absoluta, restringe o serviço e acaba tornando a medicina um produto que é cada vez mais comercializado pelos planos de saúde, atraindo os médicos ao setor privado e elitizando o acesso.
A lógica mercadológica que impera nas instituições, por sua vez, não vem por acaso. Pesquisa recente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), por exemplo, mostra que os estudantes que se formarão médicos têm um perfil, em geral, elitizado: 73% deles se declaram como brancos e a renda familiar mensal mais comum é a de dez a trinta salários mínimos (R$ 6.780,01 a R$20.340,00). Mais de 80% dizem nunca ter trabalhado.
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