Notícia
Além das lutas sindicais, com questões comuns em todo o mundo, o movimento sindical deve estar preparado para enfrentar os "ajustes fiscais" promovidos pelos governos, geralmente buscando diminuir o tamanho do Estado e sempre atingindo os trabalhadores. Essa avaliação foi feita pelo presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), maior entidade trabalhista global, João Felício, no encerramento do conselho geral da CSI, reunida pela primeira vez no hemisfério sul. O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica, atual senador, participou da conclusão do encontro.
"A esmagadora maioria dos governos, em dados momentos, se utiliza desses artifícios. Claro que devem controlar suas contas, mas a forma é profundamente desumana e antidemocrática", diz Felício. "Nunca se procura taxar a riqueza. O lugar onde mais vão buscar recursos é na classe trabalhadora. Na CSI, devemos rejeitar essa opção política", acrescenta o dirigente, citando também o Brasil. Ele afirma que, enquanto se busca ajustar as contas públicas à custa dos mais fracos, a sonegação global soma US$ 3 trilhões anuais.
Para o dirigente, ex-presidente da CUT (uma das centrais brasileiras filiadas à CSI, ao lado da Força Sindical e da UGT), um desafio da entidade, cuja presidência ele assumiu em 2014, é desenvolver ações mundiais conjuntas. "A gente ainda não conseguiu estabelecer uma ação que se consiga efetivar ao mesmo tempo em todos os continentes." Alguns passos nesse sentido já foram dados, como o Dia Mundial pelo Trabalho Decente (7 de outubro) e a atuação da central sindical na Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Precisamos de mais momentos dessa natureza", afirma Felício. "As multinacionais são as mesmas."
Leia mais no link abaixo: