Notícia
O SindSaúde-SP, junto com a CUT, o Movimento da Reforma Sanitária e demais movimentos sociais, populares, políticos e acadêmicos, se posiciona contra o uso do Ministério da Saúde como moeda de troca para garantir governabilidade momentânea, colocando em risco o SUS público, universal e de qualidade, um direito constitucional.
Não bastasse todos os ataques ao SUS neste ano, como a aprovação do capital estrangeiro e a proposta de universalização dos planos privados, agora vemos o Ministério da Saúde entrar na barganha com o PMDB que, apesar de fazer parte do governo, não o apoia no Congresso Nacional e tem votado com a direita, liderada pelo PSDB / DEM que sempre defenderam a mercantilização da saúde pública, como se vê no estado de São Paulo.
Estamos mobilizando nossa categoria para radicalizar na defesa do SUS, para tirar desse jogo político o Ministério da Saúde, que tem papel estratégico na implementação das políticas públicas de saúde que estão sendo discutidas e aprovadas nas conferências de Saúde.
Se a direita abrandou a sanha pelo impedimento é porque agora contam com um "auto impedimento" do governo Dilma, ajustado pela especulação financeira, por lucro de poucos sem trabalho, inflação, desemprego, que prejudicam a maioria da população e aprofundam as desigualdades e a violência generalizada.
O sociólogo Emir Sader em artigo na Carta Maior (30/09/15), tratando sobre o genocídio de jovens negros hoje no Brasil, destaca que "se não há segurança para todos, não haverá segurança para ninguém". Mostra que não adianta um monte de parafernálias - grades, ruas particulares, polícias privadas, câmaras, seguranças pessoais, se não for assegurado o direito à vida. De nada adianta serviços privados em áreas essencialmente públicas.
É o caso da saúde. Unidades e hospitais públicos estão sendo privatizados, terceirizados, quarteirizados... E o atendimento não melhorou. Esse desmonte também atingiu os trabalhadores da saúde pública, inclusive na atenção a sua própria saúde. Do outro lado, planos privados foram criados, fechados, seus donos ficaram milionários e os usuários, como no recente fechamento da Unimed Paulistana, acabam recorrendo ao Sistema Único de Saúde, “a muleta do sistema privado”, como resume o médico sanitarista Jorge Kayano.