O que a imprensa esconde sobre as compras de Natal. Por Carlos Fernandes
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    O que a imprensa esconde sobre as compras de Natal. Por Carlos Fernandes
    Autor: Diário do Centro do Mundo
    01/02/2016

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    A última semana do ano nos deu uma percepção mais clara da distância entre os dados econômicos e a maneira como eles são divulgados pela grande imprensa nacional de acordo com os interesses de ocasião.

    É sabido que a movimentação das compras de Natal é um forte termômetro para medir o quão aquecida está a economia do país e o poder de compra dos brasileiros.

    A partir desses dados podemos ter uma idéia, apesar de que ainda insuficientes, da como andam o orçamento familiar e a capacidade de endividamento das famílias como um todo.
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    Com a divulgação dos números pela ALSHOP – Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, os grandes portais de imprensa se apressaram em veicular em letras garrafais a queda de 1% nas vendas e o seu pior Natal nos últimos 10 anos.

    Logo se viram obrigados a reconhecer que as vendas efetuadas no mercado eletrônico tiveram um aumento inimaginável de 26% no mesmo período. Por si só, já seria um motivo de comemoração e não de penúria como quiseram levar a crer. Mas o fato é que os números vão além.

    O que apresentaram como uma queda de 1% refere-se exclusivamente ao período de 1 a 24 de dezembro em relação ao mesmo período. Se observarmos a trajetória anual em termos nominais, de janeiro a dezembro as compras em shopping centers tiveram um aumento de 1,7% em relação a 2014.

    Além disso, a grande mídia também considerou desnecessária a informação de que em 2015 o país presenciou a abertura de mais 19 shopping centers em todas as regiões. Destaque para o Sudeste e Nordeste com 8 e 7 novos empreendimentos, respectivamente.

    Com isso, houve um aumento no número de lojas em operação em todo o Brasil: 1.042 novas lojas para ser mais exato. No fim, o que alardearam como o apocalipse do Natal na verdade é o resultado de um saldo positivo de 30.400 novos empregos com carteira assinada nesse setor especificamente.

    Todos os dados acima foram obtidos do próprio relatório da ALSHOP, ou seja, com todas as informações em mãos, a oligarquia midiática brasileira preferiu não informar, ou pior, desinformar o seu público.

    Esse é apenas um exemplo do terrorismo econômico que jornalistas sem qualquer compromisso com a realidade dos fatos, ajudam a construir um ambiente desfavorável à retomada do crescimento.

    Não estou aqui de forma alguma querendo deixar a entender que não passamos por momentos difíceis ou que todas as dificuldades ora enfrentadas sejam de responsabilidade exclusiva da imprensa nacional.

    Passamos sim por momentos de ajustes que demandam medidas sérias e enérgicas. Mas o que se tem visto por parte da grande mídia é uma contribuição monumental para o agravamento da percepção desse momento.

    Os fundamentos micro e macroeconômicos do Brasil de hoje são extremamente mais sólidos e consistentes do que nas inúmeras crises que já passamos no decorrer da história.

    Para ficarmos num só exemplo, basta dizer que no dia 1.o de janeiro de 2003, quando FHC entregava a faixa presidencial ao presidente Lula, as nossas reservas internacionais somavam 37 bilhões de dólares. No fechamento de novembro de 2015 contabilizamos 357 bilhões de dólares dessas mesmas reservas.

    É inegável que 2015 se encerra como o pior ano da era petista e isso a grande mídia brasileira faz questão de tornar claro. O que simplesmente estão nos omitindo é que o pior ano do PT no governo ainda é melhor do que o melhor ano dos governos FHC e Sarney juntos.









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