Quem cuida da saúde no Brasil?

São as mulheres!! Esta confirmação se dá na divulgação da pesquisa sobre o “Perfil da Enfermagem” realizada pela Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz, encomendada pelo Ministério da Saúde e diversas entidades - entre elas a CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social e coordenada pela professora Maria Helena Machado.

 

Os dados apresentados colocam um grande desafio para os nossos Sindicatos, sejam eles do setor público ou privado. A pesquisa nos informa que somos 3,5 milhões de trabalhadoras (es). Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estamos em todos os municípios dos 27 Estados brasileiros, atuando no setor público e privado, na sua maioria prestando serviço ao SUS – Sistema Único de Saúde.

 

Trata-se de uma categoria composta por mais de 70% de mulheres nas diversas profissões, sendo que na enfermagem soma-se 84,6%. Outro dado importante é o que diz respeito à escolaridade. Na sua maioria a formação é superior a exigida para o desempenho das funções, no entanto a remuneração é uma das mais baixas. Os empresários na Saúde e os governos, sejam eles estaduais ou municipais, praticam subsalários, em especial para equipe de enfermagem.

 

As trabalhadoras (es) da Saúde têm um papel importante na economia do país. No entanto, estes profissionais são submetidos a salários aviltantes. Por que será?

 

Bem, a maioria dos trabalhadores da Saúde é de mulheres que atuam nas diversas profissões, como médicas, farmacêuticas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogas, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, enfermeira, auxiliares de enfermagem, técnica de enfermagem, técnicas de laboratório, auxiliares de serviços, trabalhadoras da administração, veterinárias, toda a complexidade das equipes que têm a tarefa de “cuidar de pessoas”.

 

Nós somos profissionais e queremos ser tratadas com dignidade, queremos melhores salários, queremos melhores condições de trabalho, queremos o direto a negociação coletiva no setor público e privado da Saúde. A regulamentação da Convenção151 da OIT – Organização Internacional do Trabalho é uma forte bandeira de luta. É preciso garantir o processo de negociação coletiva, em especial nos setores da Saúde e Educação, cuja maioria da mão de obra é composta por mulheres.

 

Afinal, que cuida de gente tem o direito de ser respeitado.

Celia Regina Costa